Pelo menos 500 crianças com problemas auditivos estão a receber tratamento gratuito no Hospital Central de Maputo, no âmbito da segunda fase da Campanha
de Restauração e Distribuição de Próteses Auditivas, lançada ontem na capital.
À semelhança da primeira fase, que decorreu em Junho do ano passado, a iniciativa conta com o apoio da Fundação Rizwan Adatia, uma organização não-governamental
da Índia, em coordenação com o Ministério da Saúde (MISAU).
Só no ano passado, mais de 17 mil crianças com problemas auditivos foram atendidas nos serviços de Otorrinolaringologia em todo o país. Factores hereditários
e efeitos colaterais de medicamentos para o tratamento da malária e tuberculose aumentam as probabilidades de ocorrência de problemas auditivos.
O diagnóstico atempado dos primeiros sinais de surdez podem facilitar a correcção do problema. “Gostaríamos de chamar a atenção para a prevenção desta
doença, evitando ambientes com muito barulho, optando pelo tratamento atempado de todas as infecções do canal auditivo, e que se aproximem às unidades
sanitárias o mais cedo possível para evitar a doença”, advertiu a Ministra da Saúde, Nazira Abdula.
Uma das contempladas foi a jovem Isabel Jonasse, que veio da província do Niassa para receber a prótese. Os primeiros sinais de surdez apareceram-lhe na
infância, quando ainda frequentava as classes iniciais. Devido à gravidade do problema, Isabel cresceu com dificuldades de compreender e pronunciar as
palavras, incluindo o seu próprio nome.
Refira-se que no ano passado, a primeira fase da campanha também beneficiou igual número de crianças. O patrono da organização, Rizwan Adatia, reafirmou
o interesse de continuar a apoiar o sector da saúde no alívio de problemas auditivos e demais enfermidades.
Com efeito, um programa idêntico será realizado na província de Nampula, no próximo ano. No entanto, em Fevereiro próximo a fundação prevê realizar mais
de 800 cirurgias de catarata no Hospital Provincial de Maputo e Hospital Geral de Mavalane.
A surdez é um problema de saúde pública que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, afecta a mais de 360 milhões de pessoas no mundo, o que equivale
a cerca de cinco por cento da população. Deste número, 32 milhões são crianças e, no global dos afectados, uma elevada percentagem não sabe que tem problemas
auditivos e não procura a ajuda de especialistas, o que reduz a sua qualidade de vida.
fonte jornal noticias
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