quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Deficientes físicos protestam por falta de materiais ortopédicos e interditam avenida no Acre

Cadeirantes reclamam da falta de cadeiras de rodas e para banho, sondas e bolsas receptoras. Manifestantes estão em frente a Casa Civil e interditam a

Avenida Brasil, no Centro de Rio Branco.
Por Luan Cesar, G1 AC, Rio Branco
Manifestantes começaram movimento em frente ao Terminal Urbano de Rio Branco e seguiram até Casa Civil, no Centro de Rio Branco (Foto: Luízio Oliveira/Arquivo

Pessoal )
Deficientes físicos fazem um protesto no Centro de Rio Branco, na tarde desta segunda-feira (9),
contra a falta de cadeiras de rodas e para banho, bengalas, muletas, órteses, próteses, fraldas, sondas e bolsas receptoras no estado.

Eles alegam que os materiais não são fornecidos para quem precisa há meses, mas que o problema já se arrasta há anos.

O movimento iniciou às 16h em frente ao Terminal Urbano, Centro da capital acreana. Depois, os manifestantes, que estão acompanhados de familiares, seguiram

para a Casa Civil e interditaram a Avenida Brasil.

José Aurismar da Silva, vice-presidente da Associação dos Deficientes Físicos do Acre (Capedac), afirmou que cerca de 20 pessoas, entre cadeirantes e familiares,

participam do ato.

“Até agora, nenhum representante do governo conversou com a gente. Vamos ficar aqui em frente a Casa Civil aguardando uma explicação, só vamos sair quando

derem uma justificativa. Queremos que pelo menos o material básico de uso contínuo, sonda e bolsa receptora, seja comprado. Há seis meses não recebemos

e é uma questão de saúde, não tem mais como aguentar isso”, declarou Silva.

O vice-presidente da Capedac afirma ainda que o Estado também não fornece suplementos alimentares para crianças com paralisia cerebral.

Ele afirma ainda que a última entrega de cadeiras de rodas foi em 2015 e que em 2016 houve entrega de cadeiras de banho, quando uma empresa fez doação

para a Oficina Estadual de Órteses e Próteses e o órgão repassou para quem precisava.

Ao G1, na segunda-feira (8), a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) informou que todo material que é comprado passa por um processo licitatório e que,

no caso das sondas e coletores, os materiais já foram licitados.

Em relação às fraldas descartáveis, a secretaria disse que são itens de higiene pessoal, então, não caracteriza material médico hospitalar.

Em relação a questão das órteses e próteses, o gerente da Oficina Estadual de Órteses e Próteses, Leunam Ramos, informou ao G1 que todo o material chegou

só que as borrachas, que também são necessárias na confecção da órteses e próteses, vieram erradas.

“A gente espera que agora no mês de janeiro o fornecedor envie o material correto para a oficina continuar suas atividades”, garantiu.

Entenda

Quem precisa de materiais ortopédicos e outros vem enfrentando o problema da falta de recursos há um longo tempo. Em julho do ano passado,
mais de 150 pacientes que precisam da oficina ortopédica fizeram uma abaixo-assinado
onde alegavam prejuízos à saúde e mobilidade devido à oficina não estar funcionado. O Estado estava sem recursos para fazer as trocas os materiais.

Já em outubro de 2017,
pelo menos 800 pessoas com algum tipo de deficiência estavam à espera de órteses, próteses e equipamentos
que ajudam na locomoção do dia a dia.

À época, a situação era mais grave ainda com a entrega de cadeiras de rodas. Com isso, o Ministério Público do Acre (MP-AC)
instaurou um procedimento preparatório para investigar denúncias
ainda no mesmo mês. No início deste ano, os cadeirantes voltaram a reclamar da mesma situação. De acordo com eles, sondas e coletores não são dados desde

maio do ano passado.
fonte g1

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