quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Anúncio pede deficientes para produção de terror

O anúncio convida pessoas com deficiência para imitar monstros como zombies em um inédito evento de terror O anúncio convida pessoas com deficiência para imitar monstros como zombies em um inédito evento de terror Para um evento de terror em Portugal foi colocado um anúncio à procura de deficientes, que suscitou diversas críticas e até uma queixa. O autor viu-se obrigado a retirar a proposta considerada “desumana”. A ideia é realizar, a 12 de abril, em Corroios, Seixal, o Zombiexperience, que os organizadores dizem ser “o primeiro evento profissional de Survival Horror em Portugal”. O anúncio original, que pedia figurantes para zombies e que ainda está online, indica que os candidatos devem ter “capacidade de imitar monstros como zombies, psicopatas e fazer sons e feições assustadoras”. A oferta de emprego não remunerado refere, ainda, que “qualquer tipo de estatura, aparência, forma física, limitação ou deficiência é bem-vinda”. Leonel Alves, de 31 anos, que esteve três meses a trabalhar em eventos semelhantes no Reino Unido, contou, ao JN, que o segundo anúncio, em que se procuram” deficientes com ausência de braço ou perna”, surgiu por sugestão de duas pessoas que se candidataram e que perguntaram se havia problema terem deficiência. “Acho que foi tudo um mal-entendido, porque o que pretendemos é dar oportunidade a estas pessoas de se divertirem e terem uma experiência diferente”, explica o autor da oferta, que já recebeu pelo menos seis candidaturas de pessoas com deficiência. Garantindo não querer ferir suscetibilidades, Leonel Alves diz-se surpreendido com as reações negativas que obteve. Segundo ele, noutros países é normal procurarem-se deficientes para filmes, séries e outros eventos. “Falhámos se calhar nas palavras”, conclui, garantindo que o evento vai manter-se e que as pessoas com deficiência que se candidataram não serão excluídas por causa da confusão gerada com o anúncio. “O nosso objetivo não é promover o terror e violência gratuitas. É sim criar uma experiência envolvente que impacte as pessoas, como se estivessem num filme de terror e conseguissem sobreviver a essa provação. É muito assustador, mas também muito divertido”, diz, assegurando estar a tentar remunerar os figurantes deste evento. Portal da Queixa Uma das pessoas que se insurgiu contra o anúncio, publicando uma reclamação no Portal da Queixa, uma rede social de consumidores, foi Joana Quaresma. Classificando a proposta de “desumana”, a queixosa refere que o teor da oferta “atenta aos direitos humanos e deve ser imediatamente retirada e a empresa punida”. “Monstros são os que estão a recrutar” ou “será que este país se tornou tão desumano a este ponto” são dois dos outros comentários feitos. Fonte: Jornal de Notícias

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