terça-feira, 1 de julho de 2014

 Em delegacia para deficientes, cadeirante entra pelos fundos

Com prédio provisório, unidade recebe denúncias de discriminação. Heloisa Brenha Tombado em 1986, o edifício Saldanha Marinho, ícone do estilo "art déco" em São Paulo, não permite alterações em seu hall de entrada, onde uma escadaria de mármore leva aos elevadores. Foi no 10º andar desse prédio, hoje sede da Secretaria da Segurança Pública, que o governo Geraldo Alckmin (PSDB) decidiu instalar a primeira delegacia para pessoas com deficiência do Estado. Sem poder acessá-la pela porta da frente, cadeirantes precisam dar a volta no edifício e descer a ladeira da rua São Francisco até chegar a uma entrada para veículos nos fundos, no número 24. Ali, na garagem exclusiva do secretário Fernando Grella Vieira e de outros membros da cúpula da Segurança, instalou-se a "entrada preferencial" para pessoas em cadeiras de rodas. Ao redor do edifício, as calçadas são estreitas e ainda não têm piso tátil que guie os cegos às entradas. "Esse local é provisório. A delegacia será instalada no térreo do Palácio da Polícia Civil [na Luz], que antes passará por obras de acessibilidade", afirma Barbara Lisboa Travasso, assessora de gabinete da pasta. Criada por decreto no dia 3 de janeiro, a unidade policial deveria ter sido implantada em 45 dias pela SSP e pela Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Mais de cinco meses depois, a delegacia começou a funcionar com duas delegadas, três investigadores e cinco escrivães, responsáveis por ocorrências na região central da cidade. O objetivo é atender casos de discriminação e de outros crimes em que a deficiência seja um agravante. A delegacia também encaminhará vítimas para serviços de proteção social e orientará o público sobre os direitos dos deficientes. Para isso, atuam na unidade 14 funcionários da organização social Casa de Isabel, sendo três deles intérpretes de Libras, para atender surdos. A entidade apoia vítimas de violência doméstica e foi contratada por cinco anos por um valor de R$ 8,28 milhões. "Por anos, a Casa de Isabel acolheu pessoas com deficiência intelectual afastadas das famílias por decisão judicial", afirma Luiz Carlos Lopes, da secretaria da Pessoa com Deficiência. fonte:folha de sp

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