sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

O Milagre de Anne Sullivan. Filme baseado na história real da surdocega Helen Keller.

O Milagre de Anne Sullivan (The Miracle Worker) é um filme dos Estados Unidos de 1962, do gênero drama biográfico, dirigido por
Arthur Penn,
e baseado no livro The Story of my Life, de Helen Keller e na peça teatral de William Gibson.

O filme relata a história de uma menina cega. Não só cega, mas muda. E como se não fosse demais, era uma menina surda, muda e cega. O nome dela era é Helen

Keller, de sete anos, filha de proprietários de terras. Keller não sabia o que era mundo e não sabia como interpretá-lo, e apesar disso tudo, ela precisava

muito se expressar.

O filme é muito complexo, mas ao mesmo tempo é humano demais. Um filme que mostra como o ser humano não está seguro sobre as coisas que a vida pode aprontar.

O Milagre de Anne Sullivan é um retrato psicológico, mostra-nos como não sabemos lidar com com limites físicos e a realidade de um ser humano. O filme

é um pouco agressivo no sentido de mostrar as dificuldades de se viver em um mundo silencioso e escuro, como o de Helen, e que não há como ignorar a dor

de uma garotinha.

A menina não conhece o mundo à sua volta, mas sabe do que precisa para viver e acaba por se tornar uma tirana em sua casa, já que sua família lhe dava

todas as liberdades como uma “inválida”, como achavam que Helen era. A menina tinha o total domínio em sua casa, então, portanto controlava o comportamento

de seus familiares; ela não entende como é ser educada e muito menos como escutar um não.

A Helen recebe uma orientação de uma pessoa com suma importância, que é Anne Sullivan, uma professora. Ela é uma mulher que era cega (fez nove cirurgias

nos olhos) e usa óculos escuros para proteger-se do sol, acostumada a conviver com cegas e cegos, mas ao se deparar com Helen, entende que ali está o maior

desafio da sua vida: o desafio de explicar a uma menina como viver no mundo e como entende-lo, e seu maior objetivo era que todos a tratassem como uma

pessoa normal.. Para isto entra em confronto com os pais da menina, que sempre sentiram pena da filha e a mimaram, sem nunca terem lhe ensinado algo nem

lhe tratado como qualquer criança.

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Ao conhecer Anne, o pai de Helen transpareceu um enorme preconceito dizendo: “… eles esperam que uma cega ensine a outra”. Como explicar a uma menina que

terra é a terra? Que fome é vontade de comer? Como mostrar a árvore para uma menina, que não consegue vê-la? Como ensinar a menina comer com garfos e facas,

se a menina não sabe nem o que é educação? Como ensinar a menina o que é o amor? São essas as perguntas que Anne se faz durante o filme todo.

A relação que as personagens travam entre si foge completamente da esperada por todos que assistem ao filme: ao contrário de amor e compreensão de imediato,

Anne se torna uma megera na vida de Helen. Anne demonstra que a única forma de ensinar Helen a ser gente, é a tirando de seu pedestal, a destronando de

seu império, criado pela dó e pena que seus pais tinham, e mostrar o que é a realidade para a garotinha.

A realidade não é bonita. Comer no prato não é fácil, saber indicar as coisas e seus significados é quase impossível. Anne resolve criar um método de comunicação

entre elas: o tato seria o alfabeto. O tato serviria como o meio de comunicação, fazendo com que Anne e Helen desenvolvam uma sequência de palavras associadas

aos gestos das mãos. O primeiro contato de Helen com o alfabeto no tato em libras foi no momento em que Helen encontra uma boneca na mala de Anne e descobre

que ela possui a mesma forma de seu rosto.

Durante anos, Hellen Keller tem comportamento selvagem e indisciplinado. O estimulo da comunicação através de um dos sentidos (tato) com Anne Sullivan

a incentiva a utilizar o tato como o elo entre ela e o mundo; desenha palavras na mão da menina a fim de que ela compreenda a relação entre as palavras

e seus significados. O tato passa a ser a via pela qual a menina “enxerga” o mundo, até que, em um momento, compreende realmente a linguagem. A partir

daí, aprende o alfabeto Braille e aos dez anos começa a falar.

As cenas são definitivamente emocionantes, como por exemplo, quando Helen começar a correr e encostar-se às coisas , perguntando para Anne como era o nome

delas, árvore, chão, degrau e professor. Uma das cenas mais lindas.

O filme conta a história da persistente professora do título, contratada para ensinar Hellen que fica surda e cega aos 18 meses de vida. A força de vontade,

vocação e fé de Sullivan é tanta que nada parece ser obstáculo para ela, nem mesmo os próprios pais de Hellen, com quem vive entrando em conflito Em 1904,

formou-se com louvor, e foi a primeira aluna cega e surda e terminar um curso universitário.

Enfim, o filme carrega uma mensagem de dor, conquista e apoio que poucos filmes apresentam ter. O milagre de Anne Sullivan é um dos mais bem filmes produzidos

e virar as costas para uma obra rara dessas, é, no mínimo, ignorância imperdoável.

Fonte:
Educação especial e inclusiva

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