segunda-feira, 17 de outubro de 2016
Brasileiros desenvolvem aparelho para examinar retina com smartphone
O protótipo de um equipamento que faz exames de retina usando um smartphone vai representar o Brasil em uma competição internacional de inovação realizada
no próximo mês na Alemanha. O aparelho, batizado como SRC (Smart Retinal Camera), foi desenvolvido por três ex-alunos da USP (Universidade de São Paulo)
em São Carlos e é uma versão portátil do retinógrafo, aparelho que permite observar e registrar imagens da retina.
"Nosso objetivo é ajudar comunidades carentes, algumas cidades mais pobres nem têm oftalmologistas e um equipamento de mesa custa de 70 a 80 mil dólares.
O que a gente espera é que ele tenha um custo dez vezes menor do que o equipamento padrão", diz o engenheiro de computação José Augusto Stuchi, um dos
criadores do projeto.
Ele também é cofundador e engenheiro da Phelcom, startup criada pelo grupo para desenvolver o protótipo, que foi financiado pelo Programa Pesquisa Inovativa
em Pequenas Empresas da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).
Stuchi conta que o projeto teve início há dois anos e um olho mecânico foi utilizado para fazer os testes. "Com esse equipamento, um operador pode fazer
o exame. As imagens serão capturadas pelo celular e enviadas para nuvem para análise de um médico por meio de telemedicina. Com ele, é possível ver o fundo
de olho e examinar pacientes com diabetes, pessoas que podem desenvolver glaucoma, retinopatia e degeneração macular relacionada à idade. Todos os problemas
de retina podem ser detectados com esse retinógrafo", explica.
Para os testes em seres humanos, o grupo está verificando a possibilidade de fazer em universidades ou solicitar uma autorização para a Anvisa (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária). A expectativa é que, até 2018, o aparelho já esteja no mercado
Competição
No mês passado, os ex-alunos participaram da edição nacional do Falling Walls Lab, competição de soluções inovadoras que podem contribuir para a sociedade
nas mais diversas áreas. Ao todo, concorreram 94 projetos. Na final, que será realizada nos dias 8 e 9 de novembro na Alemanha, eles terão de enfrentar
99 concorrentes de várias partes do mundo.
"Estamos desenvolvendo um projeto técnico, mas, por trás do equipamento, tem o sonho de cumprir a nossa missão, que é contribuir com inovação para melhorar
a saúde e a vida das pessoas."
fonte:uol
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