sábado, 30 de março de 2013

"Um amigo diferente?" - Musical que marcou a história do teatro infantil por sua exemplar acessibilidade inicia turnê pelo Brasil

Uma realização da ONG Escola de Gente – Comunicação em Inclusão, espetáculo irá disseminar a Campanha “Teatro Acessível: Arte, Prazer e Direitos. Turnê

vai passar por Belo Horizonte, Juiz de Fora, Brasília, Santos e São Paulo.

da Redação

Assistido por mais de três mil pessoas em 2011, no Rio de Janeiro, e considerado um marco na história do teatro infantil brasileiro por ser o primeiro

a contar com total acessibilidade na comunicação, o musical rock para crianças e adolescentes “Um Amigo Diferente?” está de volta aos palcos. Durante os

meses de abril e maio, com realização da ONG Escola de Gente – Comunicação em Inclusão, patrocínio da MRS Logística, por meio da Lei Rouanet, e apoio da

Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), o espetáculo, encenado pelo grupo Os Inclusos e Os Sisos - Teatro de Mobilização pela Diversidade,

irá viajar em turnê pelo Brasil, com apresentações gratuitas nas cidades de Belo Horizonte, Juiz de Fora, Brasília, Santos e São Paulo. Esta turnê integra

a campanha Teatro acessível: arte, prazer e direitos, lançada em 2011, pela Escola de Gente - que no mesmo ano recebeu o prêmio Direitos Humanos da Secretaria

de Direitos Humanos da Presidência da República-, e pelo Ministério da Cultura, com o objetivo de mobilizar governo e sociedade civil ao cumprimento das

leis de acessibilidade em toda e qualquer iniciativa cultural. Além da gratuidade das apresentações, o espetáculo conta com a oferta de Libras, legenda

eletrônica, audiodescrição, programas em braile e letra ampliada, e acessibilidade física, garantindo a um público diversificado, com e sem deficiência,

equiparação de acesso ao espetáculo Um amigo diferente? A primeira cidade a receber a turnê é Belo Horizonte, com apresentações nos dias 12 e 13 de abril,

seguindo para Juiz de Fora, dias 26 e 27 de abril, Brasília, dias 10 e 11 de maio, Santos, dias 17 e 18 de maio, finalizando em São Paulo, nos dias 24

e 25 de maio.

Com uma atuação pioneira na disseminação do conceito de sociedade inclusiva no Brasil e nos demais países da América Latina desde 1992, a fundadora da

Escola de Gente Claudia Werneck destaca que o espetáculo é gratuito para que crianças e jovens, independentemente de seus endereços, origens e situação

financeira, possam vivenciar o chamado teatro do futuro, aquele que, segundo ela, garante mais do que a presença, mas sim o acesso de pessoas com deficiência

às produções culturais. “A meta da Escola de Gente é que a infância e a juventude brasileiras vivenciem uma peça teatral coerente em forma e conteúdo.

Formamos jovens plateias com uma mentalidade inclusiva”. Claudia Werneck ressalta, ainda, que o espetáculo fala de inclusão e pratica a inclusão, como

todos os projetos culturais, socioambientais e educacionais que a Escola de Gente realizou em seus 10 anos de vida. “Há intérprete de Libras desde a fila

– e durante todo o espetáculo, visita ao cenário para pessoas cegas meia hora antes de começar a peça, programas em linguagem mais simples para ser distribuído

para as crianças - e outro para as pessoas adultas, sendo que ambos os programas também estarão em braile e letra ampliada para crianças e adultos/as,

audiodescrição e legenda, além de atendimento prioritário e acessibilidade física. A Escola de Gente só se apresenta em teatros acessíveis”, completa.


O roteiro, assinado por Marcos Nauer, diretor do espetáculo, é baseado no livro homônimo de Claudia Werneck, autora de 14 livros sobre direitos humanos,

diversidade e inclusão, e no conto “Nós não somos figurinhas”, também de Claudia Werneck, cujo protagonista é o gato Bandidão que “sabe tudo de inclusão”.

Publicado pela WVA em 1994, o livro foi traduzido para o espanhol e o inglês e integra o acervo de bibliotecas e escolas públicas de todo o Brasil. “Um

Amigo Diferente?” conta a história de Lucas, um menino considerado esquisito pelos vizinhos e colegas de classe, em uma jornada de busca pela verdadeira

amizade. No percurso dessa aventura, ele descobre que quanto mais diferentes são as pessoas, mais divertida é a vida - verdade que nem sempre os adultos

revelam. O conteúdo e as metodologias da Escola de Gente também serviram de referência para as letras que compõem a trilha sonora do espetáculo. Compostas

pelos integrantes e fundadores do grupo, elas foram musicadas por Maria Gadú. “Nosso objetivo é sensibilizar o público, por meio da história de Lucas e

seu fiel gato Bandidão, para perceber que as diferenças estão em todas as pessoas, e compará-las é uma perda de tempo”, diz Claudia Werneck.

Os Inclusos e os Sisos – Um projeto de arte e transformação social da Escola de Gente, o grupo foi criado em 2003 por estudantes de artes cênicas, entre

eles a atriz e ex-VJ da MTV Tatá Werneck. Mais de 50 mil pessoas já assistiram por todo o país aos espetáculos e esquetes de humor que tratam de forma

leve o tema da inclusão. “Eu acho que o grupo Os Inclusos e os Sisos é, provavelmente, a mais importante estratégia para despertar em pessoas e instituições

um cotidiano inclusivo, responsabilizando-as para que assumam o que precisam fazer com urgência para que a gente reverta a história.”, complementa Claudia

Werneck.

Oficinas de Teatro Acessível – Além das apresentações, o público também poderá participar de Oficinas de Teatro Acessível ministradas pelos atores e o

diretor dos Inclusos, Marcos Nauer. Com metodologia e supervisão da Escola de Gente, as oficinas buscam propor situações que promovam mais espaço interno

para as pessoas se exercitarem na perspectiva inclusiva, desconhecida, como prática, para um importante contingente populacional. São várias vivências,

jogos, dinâmicas e propostas. As Oficinas Inclusivas já foram multiplicadas mais de 400 vezes em países das Américas, Europa, Oceania e África. “Tudo é

muito instigante, provocador, ousado e faz com que o público de artistas, produtores, educadores, funcionários de empresas, conselheiros de direitos, e

tantos outros públicos, abram espaços internos e externos de diálogo com outras pessoas e seus modos de sentir, existir, se comunicar. Nas Oficinas de

Teatro Acessível é possível ousar e testar os limites daquilo que se pensa, no dia a dia, ser inclusão. Buscamos expandir consciências e explorar estratégias

e novos modos de atuação por uma construção coletiva de sociedades inclusivas”, comenta Claudia Werneck.

A meta da Escola de Gente é provar que atender às necessidades específicas de pessoas com deficiência nunca é um custo; e sim um investimento sustentável

e inadiável. Segundo Claudia Werneck, o desafio é ainda saber quanto custa não discriminar. “Fazer acessibilidade não é caro, os orçamentos que não preveem

a acessibilidade é que são caros. Quando se faz um projeto no Brasil que não leva em conta a diversidade, o aspecto da deficiência e da inclusão, o que

temos é um projeto de discriminação e, consequentemente, um orçamento de discriminação”, conclui.

A ESCOLA DE GENTE – COMUNICAÇÂO EM INCLUSÃO
Fundada em 2002, a Escola de Gente trabalha para a disseminação de políticas públicas inclusivas nas áreas de Comunicação, Cultura, Educação, Direitos

Humanos e Juventude, o que inclui a formação de uma nova geração de artistas e de plateias com esse tipo de conhecimento e sensibilização. Essa é a verdadeira

democratização da cultura: acesso e acessibilidade.
No ano de 2007, a Escola de Gente e o Ministério da Cultura, com patrocínio da Oi e apoio da Lei Rouanet, realizaram o primeiro espetáculo teatral com

acessibilidade para um público adulto no Brasil. Em 2011, a Escola de Gente inovou novamente realizando o primeiro para crianças e jovens.
A Escola de Gente entende que sem ampla oferta de acessibilidade não há como garantir direitos à população brasileira com alguma deficiência. A não garantia

de direitos fundamentais para as mais de 45 milhões de pessoas com deficiência que moram no Brasil (Censo IBGE/2010) torna inviável qualquer projeto de

sustentabilidade para o país.

Calendário de apresentações:

BELO HORIZONTE
Apresentações: 12 de abril às 15h
13 de abril às 16h
Oficina de Teatro Acessível: 13 de abril, das 11h às 14h
Local: Teatro do Oi Futuro Klauss Vianna

JUIZ DE FORA
Apresentações: 26 de abril, às 15h
27 de abril, às 16h
Oficina de Teatro Acessível: 27 de abril, das 10h às 13h
Local: Teatro Pró-Música

BRASÍLIA
Apresentações: 10 de maio, às 15h
11 de maio,às 16h
Oficina de Teatro Acessível: 11 de maio, das 10h às 13h
Local: Teatro do Brasil 21 Cultural – Sala 2

SANTOS
Apresentações: 17 de maio, às 15h
18 de maio, às 16h
Oficina de Teatro Acessível: 18 de maio, das 10h às 13h
Local: Teatro Guarany

SÃO PAULO
Apresentações: 24 de maio, às 16h
25 de maio, às 11h
Oficina de Teatro Acessível: 24 de maio, das 10h às 13h
Local: Teatro Itália

Ficha técnica

Texto e direção: Marcos Nauer

Orientação de dramaturgia: Bosco Brasil

Assistente de direção e preparação corporal: Moira Braga

Elenco: Claudio Serra, Diogo Fujimura, João Raphael, Leandro Lamas, Mariana Rebelo, Patrícia Ubeda e Rebeca Jamir.

Stand-in: Thiago Marinho e Fabíola de Godoi.

Músicas: Maria Gadú

Letras: Tatá Werneck, Marcos Nauer, Fábio Nunes e Moira Braga

Preparação vocal: Carol Futuro

Direção de movimento: Duda Maia

Figurino: Bruno Perlatto

Cenário: Aurora dos Campos

Iluminação: Tomás Ribas

Operação de Luz: Elisa Tandeta

DJ Convidado e Microfonista: Leandro Lapagesse

Animação: Márcio Sal

Operação de vídeo: Tomas Gravina

Diretor de Palco: Leandro Brander

Audiodescrição: Nara Monteiro (Cinema Falado)

Coordenação geral do projeto: Natália Simonete

Patrocínio: MRS Logística S.A

Realização: Escola de Gente – Comunicação em Inclusão e Ministério da Cultura

Apoio: Oi Futuro, Associação Nacional do Procuradores da República e Prefeitura de Santos

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 fonte rede saci

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