terça-feira, 26 de março de 2013

Encenada por atores portadores de síndrome de down, espetáculo emociona no Teatro do Sesi-SP

Ator do filme ‘Os Colegas’, Ariel Goldberg e o apresentador Rafael Cortez prestigiaram apresentação do grupo Adid na montagem teatral de ‘A Viagem do Capitão

Tornado’.

Flávia Dias

Mais de 400 pessoas acompanharam na noite deste sábado (23/08), no Teatro do Sesi-SP, a apresentação única do espetáculo teatral A Viagem do Capitão Tornado.

Numa história repleta de paixões, duelos e muita comédia, os 22 atores portadores de síndrome de down do Grupo Adid [Associação para o Desenvolvimento

Integral do Down] contagiaram a plateia, com o seu profissionalismo e exemplo de superação.
O ator e protagonista do filme Os Colegas, Ariel Goldberg, prestigiou o espetáculo. Sua presença foi muito comemorada pelo elenco, que na semana anterior

protagonizara uma campanha na internet, intitulada #vemariel, para levar o ator à estreia da peça. O apresentador Rafael Cortez (ex-CQC) também compareceu.


Com direção de Leonardo Cortez, a peça é uma livre interpretação do romance Le Capitaine Fracasse (O Capitão Fracasso), do escritor francês Théophile Gautier,

e conta a história de um miserável grupo de teatro que percorre a Europa do século XVIII em busca de novos palcos para suas apresentações. Amores, dores,

disputas e aventuras acompanham as viagens desta trupe.

No final do espetáculo, Cortez agradeceu o apoio do Sesi-SP na divulgação do grupo, que já tem duas apresentações programadas para o mês de março, em unidades

do Sesi-SP no interior do Estado: “A parceria com o Sesi-SP tem sido ótima para o nosso grupo. Ela nos permite apresentar o espetáculo para públicos diferentes

e também divulgar o nosso trabalho”, salientou o diretor do grupo Adid.

Por trás das cortinas

De acordo com Glaucia Libertini, assistente de direção e responsável pelo cenário do espetáculo, os atores participam de ensaios semanais onde são realizadas

atividades que estimulam a comunicação. “Eles são atores que já têm uma familiaridade com a linguagem teatral e, até por isso, têm a prática de decorar

textos. E, quando cometem erros, têm sensibilidade de improvisar”, analisou Libertini.

Segundo ela, a formação de um ator com síndrome de down dura, em média, um ano e meio: “Os processos são longos para que possamos obter esses resultados”.


Apaixonada pela nova profissão, Ana Beatriz – que interpreta a Sr.ª Giacomelli – garante que continuará investindo na carreira de atriz. “Essa peça foi

mais do que um prêmio. Foi um presente que caiu do céu. Eu sempre quis ser atriz e pretendo seguir nesta profissão, pois acho que não tem nada melhor do

que aprender a ser atriz do que fazendo teatro”, afirmou.

Opinião compartilhada por sua mãe, Ana Maria Pierre Paiva, que acredita que o trabalho desenvolvido pelo Grupo Adid facilita a comunicação dos atores com

a sociedade. “O teatro proporciona uma oportunidade para eles [atores com síndrome de down] se comunicarem. Além de ensinar aos meninos a importância do

trabalho em equipe”, avaliou.

 fonte sesi sp

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