quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Roteiro turístico inclusivo para surdos. Bosque da Ciência oferece aplicativo em Libras.

por
Ricardo Shimosakai
Um roteiro inclusivo com foco na acessibilidade para visitantes surdos foi lançado no Bosque da Ciência do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
(Inpa/MCTIC),
em
Manaus.
O bosque apresenta aos visitantes a fauna e flora da Amazônia, sendo um dos pontos turísticos mais visitados na capital amazonense. A visitação turística

para surdos teve o suporte de celulares com base no sistema de inteligência artificial “
Giulia – Mãos que Falam
”, instrumento de tecnologia assistiva que utiliza a Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Pioneiro no Amazonas, o aplicativo tornará a visita aos atrativos turísticos do bosque autoguiada e já está disponível para download na Google Play Store

(celulares com sistema Android). Mediante a retirada de um crachá na portaria do bosque, o visitante poderá acessar as informações dos atrativos em Libras,

por meio da leitura de QRCodes.

Segundo a pesquisadora e professora da UEA, Dra. Selma Batista, o objetivo do APP é romper as barreiras e dar acessibilidade aos espaços públicos de turismo

e lazer, garantindo a participação plena e efetiva da pessoa surda em condições de igualdade na sociedade. A iniciativa do Roteiro é do
curso de Turismo
da UEA, por meio da pesquisa realizada pelo aluno Thiago Souza, sob orientação da professora, em parceria com a equipe de desenvolvimento da startup Map

Innovation, Inpa e Samsung Ocean, com o empréstimo dos celulares que serão utilizados pelas pessoas surdas na visitação.

Para o coordenador do Bosque da Ciência, Alexandre Buzaglo, o aplicativo vem somar com outras iniciativas de renovação e atendimento a públicos distintos.

Atualmente, para pessoas com deficiência o espaço conta com uma
trilha pavimentada que dá acessibilidade ao cadeirante
para conhecer mais o bosque. A trilha vai da lanchonete até o viveiro do poraquê. “Essa parceria com a UEA nos permitirá ser o primeiro ponto turístico

do Amazonas a atender a comunidade de surdos”, comemora Buzaglo.

Para o diretor de turismo da Manauscult, João Araújo, o desenvolvimento de parcerias que possam enriquecer a cadeia do turismo em Manaus não são benéficas

apenas para a sociedade e turistas em si, mas ajuda os diversos atores envolvidos a enxergar novos horizontes. “Para o poder público é uma oportunidade

de portas que se abrem, de experiências compartilhadas que ajudam na construção de políticas públicas cada vez mais eficazes”.

A presidente da Empresa Estadual de Turismo, Roselene Medeiros, acredita que o aplicativo é um instrumento importante para o acesso de pessoas com dificuldades

de audição em áreas de turismo e lazer, destacando que o aplicativo, desenvolvido pela UEA, vai ser um marco nesse processo. “O turismo brasileiro está

procurando cada vez mais dar condições de acessibilidade para pessoas com dificuldades visuais, auditivas e locomoção, para que possam realizar atividades

turísticas e de lazer da melhor forma e com mais qualidade de vida”, enfatizou Medeiros.

Sobre o projeto

O projeto inédito contou com um piloto realizado com alunos surdos da Escola Estadual Augusto Carneiro dos Santos, nos meses de julho e agosto do ano de

2018, cujos resultados levaram a conquista do primeiro lugar na categoria academia do Prêmio Nacional de Turismo, organizado pelo Ministério do Turismo

em dezembro de 2018. Idealizado pelo professor Manuel Cardoso, o ‘Giulia Mãos que Falam’ se caracteriza como um instrumento de tecnologia assistiva para

a inclusão do surdo, por meio do uso da
Língua Brasileira de Sinais
(Libras).

O projeto tem parceria direta de Adria de Jesus Brandão, Camila do Nascimento Alencar, Paulo Sérgio da Silva Farias, Fabricio Guimarães de Oliveira, Marcel

Luis Silva Cunha e Ingra Guedes, da equipe de desenvolvimento da Map Innovation e da doutora Rita Mesquita e Alexandre Buzaglo, da coordenação de extensão

do Bosque da Ciência do Inpa.

TV UEA
fonte turismo adaptado

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