sábado, 19 de outubro de 2019

Prefeitura de São Paulo em parceria com o SPFW leva acessibilidade aos desfiles do Projeto Estufa

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (SMPED), realizou projeto pioneiro, que levou recursos de acessibilidade

comunicacional, Libras e audiodescrição, aos desfiles do Projeto Estufa do SPFW – São Paulo Fashion Week, nos dias 15, 16 e 17 de outubro, no Pavilhão

das Culturas Brasileiras, no Parque do Ibirapuera. O objetivo foi fazer com que o maior evento de moda do Brasil e mais importante da América Latina, na

cidade mais cultural do país, fosse acessível às pessoas com deficiência auditiva e visual, além da acessibilidade arquitetônica.

A Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (SMPED) já leva acessibilidade ao Carnaval da cidade de São Paulo, com o Projeto “Samba com as mãos”,

também fez com que a última edição da Virada Cultural fosse a mais inclusiva da história da cidade, com mais de 70 palcos com tradução para Libras, e recentemente

fez a primeira edição do “Sem Barreiras – Festival de Acessibilidade e Artistas com Deficiência”, onde disponibilizou recursos de Libras e audiodescrição

em várias atrações culturais espalhadas pela cidade.

Para o Prefeito Bruno Covas, a parceria da Prefeitura com o SPFW, trazendo recursos de acessibilidade às pessoas com deficiência visual, mostra que estamos

no caminho certo. “Temos tido uma experiência muito positiva em tornar alguns eventos da cidade acessíveis a todos. Esta foi a primeira Fashion Week do

mundo a permitir esse tipo de acessibilidade. Isso é inclusão!”

“É a primeira vez que um evento como esse recebeu tradução em Libras e audiodescrição. Temos certeza de que a repercussão da ação no Projeto Estufa fará

com que, no futuro, todos os desfiles tenham os recursos de acessibilidade necessários”, declara Cid Torquato, Secretário Municipal da Pessoa com Deficiência.


Para tornar o evento acessível foram escolhidos comentaristas ligados à moda, Lilian Pacce e Dario Caldas. Seus comentários foram transmitidos com audiodescrição

para pessoas com deficiência visual, por meio de aplicativo para smartphone e tablet, com apoio da Ktalise e Mais Diferenças, e as palestras realizadas

entre os desfiles contaram com intérpretes de Libras.

A comentarista Lilian Pacce disse que foi uma experiência única e transformadora: “Uma iniciativa linda, inédita, que me deixou emocionada e muito honrada

com tamanha responsabilidade!” Dario Caldas, que narrou dois dias, conta que teve uma preparação antes: “Como descrever a emoção desse projeto! Foi incrível!

Me preparei, vi as roupas com cuidado bem antes, no backstage, para saber exatamente os detalhes, os tecidos, os acabamentos e poder transmitir para as

pessoas que ouviram. Espero que elas tenham conseguido enxergar, o que eu queria transmitir. Uma aposta incrível da Secretaria Municipal da Pessoa com

Deficiência, porque aí sim, a moda inclusiva pode ganhar mais espaço.”

A cofundadora do SPFW e idealizadora do Projeto Estufa, Graça Cabral, adorou a experiência: “Isso é fantástico, porque abre uma possibilidade de participação

e de inclusão que precisamos estar abertos. Quanto mais inserirmos as pessoas nos cotidianos desta possibilidade, mais teremos uma sociedade rica, plural

e diversa!”

A moda como poder de transformação

Durante os desfiles das marcas, MIPINTA, Victor Hugo Mattos e Aluf, que também contaram com audiodescrição, os estilistas falaram da expectativa e o poder

da inclusão. “ A moda precisa comunicar todo mundo”, destacou Fernando Miró, da MIPINTA.

“Ter essa acessibilidade, torna o momento tão especial, porque possibilita as pessoas, com algum tipo de deficiência, entenderem a atmosfera que eu estou

criando” avalia Victor Hugo Mattos. “Quanto mais acessível a gente tornar o desfile para este tipo de expressão, mais incrível será a experiência, não

só para a gente, mais para todas as pessoas” destacou Ana Luiza Fernandes, da Aluf.

As pessoas com deficiência visual, convidadas do evento, também tiveram a experiência de ir até o backstage para tocar e sentir as roupas dos desfiles,

além de conversarem com os estilistas das peças.

Para Ana Claudia Rodrigues, que é cega, foi uma experiência enriquecedora “As ricas informações que eu tive de detalhes, de tecidos, texturas, golas e

caimento, vão me ajudar muito na hora de escolher minhas roupas em lojas”.

Paulo Borges, grande idealizador do SPFW, avalia a experiência como “transformadora”: "O que a gente está vivendo, nesta edição, é algo inédito, não só

para o Brasil, mas para o mundo. Poder fazer isso, mostra como a moda não tem fronteira e como a linguagem da moda é aberta, para que todo mundo possa

experimentar, ver sentir, contribuir e se transformar”.
Sobre o Projeto Estufa

Em sua terceira edição, o Projeto Estufa acontece de 14 a 18 de outubro, no Pavilhão das Culturas Brasileiras, no Parque do Ibirapuera, e é uma iniciativa

do SPFW, em parceria com o IN-MOD (Instituto Nacional de Moda e Design) que tem como objetivo promover debates e coordenar movimentos que estão acontecendo

em todo o mercado. Desde sua criação em 2017, o Projeto Estufa se propõe a ser um espaço que reúne novos olhares para discutir o futuro. Não o futuro distante,

mas aquele que já está se desenhando no presente. O Projeto Estufa é estruturado em três pilares: inovação e tecnologia, comportamento e criatividade,

todos permeados pelo olhar da sustentabilidade.

Todas as fotos dos desfiles: 1º dia:
https://photos.app.goo.gl/RV9sXXt8CYS261nMA
;
2º dia:
https://photos.app.goo.gl/98GcDGkNC9fwNaBo7
;
3º dia:
https://photos.app.goo.gl/6VECF2F7g3Z2FAzd6

o apresentador do programa Esquadrão da Moda do SBT, Arlindo, mostra o seu look para Luise, que tem deficiência visual.

O comentarista de moda, da plateia, Dario Caldas realiza a audiodescrição, ao lado de mulheres cegas.

mais de vinte pessoas na foto, sentadas em bancos, pessoas aguardam o desfile, entre elas, quatro mulheres com deficiência visual, incluindo dois cães-guias,

deitados. O comentarista de moda Dario Caldas realiza a audiodescrição com um microfone em mãos.

oito mulheres, com e sem deficiência, saindo da sala do desfile.

Secretário Cid Torquato chega no evento e conversa com o idealizador Paulo Borges.

três convidadas do evento, se comunicam em libras.

mais de vinte pessoas no auditório de palestras da SPFW. Uma intérprete de libras está no palco, lado direito.

Texto: Priscila Fonseca e Ciça Cordeiro

Créditos fotos: Fábio Nunes - Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência
fonte s m p e d

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