sábado, 5 de abril de 2014

Cinema feito para emocionar pessoas com deficiência visual

Festival VerOuvindo vai levar a sensação da telona para pessoas que têm problemas de visão Marcus Fernandes Um filme também pode emocionar pessoas cegas ou com baixa visão. Mas para que o resultado seja satisfatório é necessário que o público conte com um recurso chamado audiodescrição. Esta profissão estará em evidência durante o VerOuvindo, festival inédito e voltado para pessoas com deficiência visual, marcado para começar nesta sexta (4), às 14h, no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), no Derby. O evento, que conta com recursos do Funcultura e pretende trazer expectadores de vários cantos do Estado, será realizado até a próxima segunda (6), sempre às 14h. A programação é gratuita. O projeto prevê o deslocamento de mais de 80 pessoas com deficiência de várias cidades, como Garanhuns, Caruaru e Bezerros, que fazem parte de instituições como a Associação Pernambucana de Cegos (Apec) e Instituto dos Cegos. “Algumas destas pessoas nunca foram ao cinema na vida por conta da deficiência, mas finalmente terão a oportunidade de conhecer esta arte”, opina Liliana Tavares, coordenadora do festival. Nesta sexta (4), o VerOuvindo promove uma mostra competitiva formada por filmes com audiodescrição, algo que também nunca aconteceu no Brasil. “Selecionamos dez curtas metragens que serão avaliados por uma comissão julgadora formada por profissionais da área e que escolherá o Melhor Roteiro (1º, 2º e 3º lugar) e Melhor Locução. Haverá também um prêmio para o melhor trabalho segundo júri popular. Na ocasião, serão distribuídas cédulas em braile para que o público possa participar da votação”, revela Liliana Tavares, coordenadora do festival. Dos dez trabalhos selecionados dois são pernambucanos. No domingo (6) será a vez da exibição dos filmes Língua Mãe, de Fernando Weller e Leo Falcão, e Colegas, de Marcelo Galvão. “Este último terá audiodescrição ao vivo feita por Márcia Caspary, do Rio Grande do Sul, que virá especialmente para o festival”, comenta Liliana. Na segunda (7), três curtas fazem parte da programação, Café Aurora, de Pablo Polo, Viagem à Marte, de Toinho Castro, e Recife Frio, de Kleber Mendonça Filho. Em seguida, será realizado um debate sobre a produção da audiodescrição para filmes entre os diretores, profissionais de área e o público. Ainda na segunda serão divulgados os premiados da mostra competitiva. Setor da audiodescrição Segundo a coordenadora, vários festivais já abriram os olhos para a profissão da audiodescrição. “O Festival Stop Motion fez um dia voltado para trabalhos do tipo no ano passado. O Festival de Cinema Silencioso também colocou um filme neste formato na programação. O que a gente quer é isso: que os diretores de filmes queiram cada vez mais participar de eventos assim. O mercado ainda é incipiente, começou agora. É uma profissão dura, difícil, que deve estar totalmente ligada ao trabalho do diretor, mas no final também é arte. A gente descreve com palavras as imagens dos filmes”, explica Liliana Tavares. O VerOuvindo conta também com curadoria de Karina Galindo e foi idealizado com o objetivo de divulgar a audiodescrição e torná-la uma categoria de premiação nos festivais de cinema. “Inscrevemos o projeto mais uma vez no Funcultura e ele passou pela primeira avaliação. Estamos na torcida porque o que queremos é que o evento se torne um festival comum na agenda da cidade”, ressalta Liliana. Veja a programação completa em http://www.leiaja.com/cultura/2014/04/04/cinema-feito-para-emocionar-pessoas-com-deficiencia-visual/ fonte;:leia já

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