sábado, 5 de abril de 2014

Ong Escola de Gente leva teatro acessível para favelas cariocas

São oficinas de teatro acessível e espetáculos teatrais gratuitos para pessoas com e sem deficiência. Agora, o projeto desembarca em regiões como Caju, Jacaré, São João e Cidade de Deus. Sylvia Lima O projeto Os Inclusos e Os Sisos nas UPPs Sociais está de volta com patrocínio da White Martins por meio da Lei Rouanet. Iniciativa da ONG Escola de Gente, a ação, realizada pela primeira vez em 2013, integra a Campanha Teatro Acessível. Arte, Prazer e Direitos e leva cultura com acessibilidade para favelas do Rio de Janeiro. As primeiras duas oficinas já foram realizadas nos últimos dias 14 e 21 de março, no Caju e na Cidade de Deus, respectivamente. A programação recomeça em abril, a partir do dia 7, no Jacaré, com atividades já agendadas também no Cachambi e Riachuelo. Através da iniciativa, o público tem a oportunidade de assistir ao espetáculo Ninguém mais vai ser bonzinho – Em Esquetes. Assistida por milhares de pessoas em todo o Brasil, a peça é encenada pelo grupo teatral Os Inclusos e os Sisos, projeto de arte e transformação social da ONG Escola de Gente, idealizado pela atriz Tatá Werneck, que este ano foi premiado como um dos mais inovadores do mundo, numa seleção feita pelo programa Zero Project Innovative Practices, da organização austríaca Essl Foundation, que em parceria com o World Future Council e o Bank Austria, reúne e cataloga a mais completa coleção de experiências exitosas pela garantia de direitos de pessoas com deficiência. Os esquetes são realizados em espaço de fácil acesso nas comunidades, garantindo acessibilidade física à população e oferecendo diversas medidas de acessibilidade para pessoas com deficiência: atendimento prioritário, reserva de assentos para pessoas com deficiência física e/ou mobilidade reduzida; intérprete de Libras, legendas eletrônicas para as pessoas surdas que não se utilizam de Libras, audiodescrição da peça através de fones e filipeta do espetáculo com letra ampliada, meio digital e braile. Além do espetáculo, o projeto conta com oficinas de teatro acessível ministradas pelo diretor do grupo teatral, Marcos Nauer, com supervisão da Escola de Gente. As oficinas buscam propor situações que promovam mais espaço interno para as pessoas se exercitarem na perspectiva inclusiva e contribuem para sensibilizar artistas e agentes culturais locais a criar e a produzir processos inclusivos de fruição estética, artística, cultural em suas ações. Livro inspira peça Baseado no livro homônimo da jornalista e fundadora da Escola de Gente, Claudia Werneck, recomendado por Unesco e Unicef, a peça Ninguém mais vai ser bonzinho tem como tema central a urgência em se promover uma sociedade inclusiva, passando da fase de conscientização para a de ação. O livro, publicado no ano de 1996 pela WVA Editora, especializada em inclusão, é vendido também em formatos acessíveis, e se tornou a primeira obra no Brasil a tratar do tema a partir da Resolução 45/91, assinada pela ONU em 1990. Apresentado pela primeira vez em 2007, Ninguém mais vai ser bonzinho, com criação e direção de Diego Molina, é um espetáculo que revela cenas sutis de discriminação no dia a dia, apresentadas com muito bom humor. Os Inclusos e os Sisos Teatro de Mobilização pela Diversidade O projeto foi iniciado em 2003 pela atriz Tatá Werneck, que mobilizou outros estudantes da Faculdade de Artes Cênicas da UniRio. Juntos, aceitaram o desafio de colocar o teatro, especialmente o humor, a serviço de temas como inclusão, acessibilidade, diversidade e direitos. Desde a criação do grupo até hoje, mais de 60 mil pessoas com e sem deficiência já assistiram aos espetáculos teatrais gratuitos e acessíveis em todo o Brasil. Campanha Teatro Acessível. Arte, Prazer e Direitos Em 2011, a Escola de Gente idealizou a campanha “Teatro Acessível. Arte, Prazer e Direitos”, com o objetivo de garantir mais autonomia e participação de pessoas com deficiência, mobilidade reduzida e baixo letramento, entre outras condições, na vida cultural de suas cidades. Em 2013, por sua exemplaridade, a campanha foi incorporada como ação e conteúdo de política pública pelo Ministério da Cultura, através da ação da secretária de Cidadania, Diversidade e Cultura Márcia Rollemberg. A partir de requerimento do deputado federal Jean Wyllys, a Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, presidida pela deputada Jandira Feghali, aprovou por unanimidade a criação do dia temático nacional “Teatro Acessível. Arte, Prazer e Direitos”, comemorado pela primeira vez em 19 de setembro de 2013. A data foi instituída e assinada pelo executivo e legislativo em audiência pública proposta pela Escola de Gente e realizada na Câmara dos Deputados e o projeto de Lei 6139/13 já tramita no Congresso Nacional. Escola de Gente Na última década, a Escola de Gente trabalha para que as políticas públicas se tornem inclusivas, ou seja, que garantam direitos humanos também para quem tem deficiência e vive na pobreza, especialmente crianças, adolescentes e jovens. A participação em conselhos, produção e disseminação de marcos teóricos e metodologias próprias, formação de juventudes em mídias acessíveis em universidades, comunidades e favelas, criação de indicadores, consultorias e distintas ações na área da cultura são papéis desempenhados pela Escola de Gente. Desde a sua fundação, em 2002, a ONG já sensibilizou mais de 400 mil pessoas de 16 países das Américas, África, Oceania e Europa, além de contar com parceiros/as da sociedade civil, governos, Ministério Público da União, conselhos de direitos, cooperação internacional e empresas. Por sua atuação, a Escola de Gente recebeu 21 reconhecimentos nacionais e internacionais, como o “Prêmio Direitos Humanos 2011” da Presidência da República na categoria “Direitos de Pessoas com Deficiência”. É a mais alta condecoração do Estado brasileiro na área dos Direitos Humanos. fonte:Trevo Efervescência Comunicativa

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