sexta-feira, 1 de junho de 2012

Guerra do Paraguai: a Guerra da Tríplice Aliança Semanas atrás li um editorial do jornal argentino La Nación sobre a Guerra da Tríplice Aliança, acusando o ex-presidente paraguaio Solano López de ditador e de ter causado a Guerra da Tríplice Aliança ao tentar invadir territórios de países vizinhos. Tudo mentira! Uma bravata sem fundamentação histórica. Na verdade, a Guerra da Tríplice Aliança foi montada pela Inglaterra para derrubar a concorrência mercantil: o Paraguai da época era o país mais avançado do continente, fabricava desde agulha até estradas de ferro, e isso incomodava muito os governos vizinhos, controlados pela economia inglesa. Nas últimas décadas alguns escritores paraguaios, brasileiros e argentinos tem publicado livros sobre o tema Guerra da Tríplice Aliança. Entretanto, o mais isento, honesto e bem informado dentre eles, é o escritor brasileiro Júlio José Chiavenato, autor de diversos livros, entre eles "A Guerra do Paraguai: genocídio americano", um dos mais vendidos nos últimos anos. Neste livro o autor revela que o Paraguai nos governos de José Gaspar Rodríguez de Francia, Carlos Antonio López e Francisco Solano López era o país mais desenvolvido da América Latina, não tinha dívida externa, quase todo paraguaio sabia ler e escrever (estamos falando de 1800. Ainda hoje muitos países não conseguiram erradicar o analfabetismo), havia reforma agrária, cada paraguaio tinha um cavalo e armas, formando um Exército Popular. Em Ibicuí os paraguaios construíram a primeira fundição de ferro da América Latina, produzindo uma tonelada por dia, e para espanto dos países mais civilizados do mundo, em Ibicuí os paraguaios construíram - eles próprios - a primeira ferrovia do nosso continente. Jornais em guarani e espanhol circulavam livremente nas cidades e nos meios militares, demonstrando a superioridade intelectual do país naquela época. Alguns jornais paraguaios em espanhol e guarani circularam no campo de batalha. O progresso e desenvolvimento do país foi tamanho que a Inglaterra se sentiu ameaçada em seus interesses econômicos na região. Para acabar com o crescimento do Paraguai, e sua concorrência econômica nos países fronteiriços, os ingleses reuniram os governantes do Brasil (na época governado pelo monarca português D. Pedro II), Argentina e Uruguai para organizar uma guerra e dividir entre eles o território paraguaio. Inicialmente, para justificar a guerra, o governo argentino criou atos de provocação aos barcos e navios paraguaios que cruzavam o Rio da Prata rumo ao comércio exterior. O imperador brasileiro ditava normas e leis para submeter o país, mas eram todas rechaçadas pelo governo soberano de López. Finalmente, em 1864, forças paraguaias invadiram o território brasileiro do Mato Grosso, numa demonstração de força, para acabar com as provocações do governo brasileiro. Em resposta, no dia 1º de maio de 1865, em Buenos Aires, representantes do Brasil, Argentina e Uruguai firmaram o Tratado da Tríplice Aliança e decretaram guerra ao Paraguai. Desta forma iniciou-se um dos maiores crimes de lesa humanidade do nosso continente. Uma nação foi sacrificada para atender aos interesses econômicos de governantes corruptos da Inglaterra, Brasil, Argentina e Uruguai. Após o holocausto, o Paraguai foi governado - na sua maioria - por ditadores e políticos corruptos, impedindo que a Nação Guarani retornasse ao seu passado de glória, progresso e desenvolvimento. A guerra trouxe para os argentinos muitas riquezas às custas da corrupção do Império brasileiro. Na frente de combate, revela o escritor Júlio Chiavenato, cavalos eram vendidos para as tropas brasileiras por valores superfaturados em até 10 vezes ao valor de mercado, e o mesmo aconteceu com mantimentos e alimentos. Após a guerra a dívida externa do Brasil e Argentina com a Inglaterra (fornecedora de armas) havia se multiplicado. Portanto, quem ganhou com a guerra foi a Inglaterra, com o derramamento de sangue de povos vizinhos e irmãos. O comandante brasileiro Duque de Caxias, se recusava a obedecer os políticos da Corte para praticar crimes contra a população civil paraguaia, chegando a ponto de demitir-se do comando e enviar carta ao Imperador dizendo que "não queria ser o carniceiro dessa guerra. Agora estamos lutando contra crianças. Para vencermos teremos que matar todo o Paraguai". Em resposta o imperador nomeou seu genro, o português Conde d´Eu, que desprezava os brasileiros e foi o responsável por diversos massacres, entre os quais o de lacrar as portas de hospitais paraguaios e mandar incendiar; envenenamento de poços de água; em Acosta Ñu, 20.000 soldados brasileiros e argentinos cercaram centenas de crianças e mulheres paraguaias que se recusavam a rendição. Além de serem derrotados, o mato em que se abrigavam foi incendiado sob o olhar sorridente do fidalgo português Conde d´Eu. Tratado da Tríplice Aliança A união do Brasil, Argentina e Uruguai para combater o Paraguai recebeu o nome de Tríplice Aliança. O Tratado da Tríplice Aliança, que estimula as condições da Guerra, foi firmado em Buenos Aires, em 1° de maio de 1865, só ficou conhecido do público porque um parlamentar inglês o denunciou, em Londres. Esse tratado tinha um protocolo secreto que previa a partilha do Paraguai e seqüestro dos bens ao País. Determinava ainda que não se poderia fazer a paz enquanto Francisco Solano López fosse o presidente do Paraguai. Foi chamado por um jurista de "corpo de delito", tais as irregularidades que continha. O protocolo secreto afirma que o Paraguai não poderia mais construir fortes de defesa e que todas as armas do país seriam divididas entre os aliados. Foi cumprido fielmente: dividiram-se as terras paraguaias fronteiriças ao Brasil e Argentina e houve um seqüestro amplo do que se pode carregar do país. Números do terrível genocídio Ao fim da Guerra o Paraguai estava destruído. Cumpria-se a previsão do Duque de Caxias: foi preciso matar o último paraguaio no ventre de sua mãe para vencer o Marechal Francisco Solano López. A mortandade foi terrível. Ao começar a Guerra o Paraguai tinha 800 mil habitantes. Na Guerra morreram 606 mil. Ou seja, 75,75% da sua população, reduzindo-se os 800 mil habitantes para apenas 194 mil, destes 194 mil sobreviventes, apenas 14 mil eram homens, entre os 14 mil homens que restaram, apenas 2.100 tinham mais de 20 anos, outros 2.100 tinham entre 10 e 20 anos. Assim, os restantes 9.800 tinham menos de 10 anos. Isto é um genocídio. Por outro lado, de uma população feminina de 400 mil antes da Guerra, sobraram 180 mil. Estas 180 mil mulheres - das quais umas 40 mil eram adultas - poderiam casar-se apenas com 2.100. Essa tragédia explica a baixa população do Paraguai até hoje. Mas isso não é tudo: Brasil e Argentina tomaram 140 mil quilômetros quadrados do território paraguaio. O equivalente aos Estados de Pernambuco e Alagoas juntos, ou mais que Portugal e Dinamarca unidos. Suas terras foram divididas entre grandes empresas latifundiárias com sede em Londres e Nova York. Nunca mais o Paraguai pode reerguer-se, sendo vítima de uma série de ditadores que esmagaram a soberania nacional em favor dos estrangeiros. No Paraguai cometeu-se um dos maiores crimes contra a humanidade dos tempos moderno.

3 comentários:

  1. Impressionante como os historiadores desenvolvem teorias anti capitalistas (contra americanos e ingleses). Desde a época que o pai de Solano Lopes era presidente, 1846, que seu filho foi mandado para a inglaterra comprar armas. o Paraguai se preparou para guerra por anos e anos. As despesas com a guerra fez um rombo financeiro de tal ordem que a economia se ressentiu até meados do século XX. Discordo totalmente da interpretação do texto acima. Texto tendencioso, O Paraguai invade o Brasil e fica por isso mesmo ???!!

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  2. A ferrovia do PARAGUAI foi toda comprada na INGLATERRA.Vieram inclusive engenheiros ingleses.

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