sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Programa federal incentiva trabalho conjunto entre universidades e iniciativa privada para desenvolver soluções de acessibilidade !

Graças ao aporte, UTFPR vai comprar materiais novos e oferecer bolsas

Com o recurso federal na conta, o Programa de Tecnologia Assistiva (Prota) da UTFPR pretende ampliar o trabalho com a compra de novos equipamentos e materiais,

além de oferecer bolsa para pesquisadores interessados na área.

O programa surgiu há 30 anos, quando alguns membros da comunidade acadêmica montaram uma oficina para produzir bengalas dobráveis para cegos. “Somos uma

instituição sem fins lucrativos e os estagiários que as fabricam já são remunerados pela coordenação. No mercado, essas bengalas custam R$ 80, em média.

Nós repassamos a instituições por R$ 10”, explica o coordenador Claiton Voigt Wamk.

Outro serviço realizado com frequência é o conserto de máquinas de escrever em braile, trazidas em ambulâncias do interior junto com os doentes que serão

tratados nos hospitais da capital. Porém, o grupo também se debruça sobre projetos sofisticados. Um simulador óptico de teclado e mouse para pessoas com

paralisia cerebral já foi implantado e está escondida sob o lençol uma iniciativa para automatizar até 100 residências no Paraná. “Uma pessoa sem os braços

poderá ligar o chuveiro dando um comando de voz ao computador”, diz. (OT)

25 instituições

públicas de todo o país foram selecionadas pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação para integrar a rede de pesquisa e desenvolvimento sobre acessibilidade.

Três são do Paraná: UFPR, UTFPR e Instituto Federal do Paraná.

A crise dos 30 anos levou o engenheiro de controle e automação industrial Marcelo Grassano até a antessala do Programa de Tecnologia Assistiva (Prota),

um grupo de pesquisa e desenvolvimento mantido pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). O curitibano havia construído até então uma confortável

carreira na indústria automotiva, mas, depois de oito anos no setor, avaliou que precisava dar uma contribuição mais efetiva à sociedade. Grassano resolveu

então montar uma empresa de aparelhos para pessoas com deficiência.

Na última terça-feira, ele esteve no Prota para saber se era possível realizar parcerias na área de pesquisa com a instituição e ficou entusiasmado com

o que ouviu. O governo federal, por meio do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, investiu na criação de uma rede entre instituições dedicadas

a criar soluções de acessibilidade. Foram 25 selecionadas em todo o Brasil, sendo três no Paraná (Universidade Federal do Paraná, UTFPR e Instituto Federal

do Paraná).

Cada um dos programas receberá um aporte de R$ 500 mil, em média, para investir em pesquisa, abrindo as portas a interessados no desenvolvimento dos projetos.

O objetivo é afinar a sintonia entre a academia e a iniciativa privada, resultando em uma indústria nacional forte e capaz de oferecer produtos inovadores,

de boa qualidade, a um custo baixo.

“Muitas universidades já vinham fazendo algumas pesquisas, mas isoladamente e ligadas a apenas uma área de estudo. A ideia é montar um núcleo multidisciplinar,

dando visibilidade aos projetos e possibilitando troca de conhecimento”, explica Luiz Clovis Guido Ribeiro, diretor de ações regionais do ministério.

Iniciativa

A ação faz parte do programa Viver sem Limite, gerado a partir do Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, em vigor desde o final de 2011.

O governo federal promete descentralizar R$ 7,6 bilhões em investimentos na área. De acordo com o último Censo do IBGE, 24% da população brasileira declara

ter algum tipo de deficiência.

A presidente da Federação das Apaes do Estado do Paraná, Neuza Soares de Sá, felicita o fato de o poder público se preocupar com as questões de acessibilidade.

“É uma obrigação legal que não está acontecendo tão rápido quanto deveria. As pessoas não podem esperar 20 anos por uma solução para suas dificuldades”,

ressalta. A dirigente concorda que os equipamentos são caros e falta produção em larga escala. Aponta também a falta de soluções customizadas para casos

raros. “Acontece de existir no mercado cadeiras de banho para adultos, mas não para crianças, obrigando o fisioterapeuta a fazer uma adaptação improvisada”,

ilustra.

FONTE GAZETA DO POVO

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