sábado, 9 de maio de 2015

Coleção Adélia democratiza acesso à cultura

Com texto simples, os livros da coleção Adélia, contam as histórias da menina Adélia e suas questões cotidianas A Organização Mundial da Saúde (OMS), estima que, no Brasil, existam quatro milhões de pessoas com algum tipo de deficiência visual e 1,2 milhão sem visão alguma. Tentando colaborar com a diminuição destes números, a coleção Adélia foi idealizada pela escritora Lia Zatz - vencedora duas vezes do Prêmio APCA de melhor autor de literatura infantil -, com design de Wanda Gomes - formada em desenho industrial pela FAAP e pós-graduada em design gráfico pelo SENAC -, que enxergou na sua profissão a possibilidade de criar ferramentas que garantissem maior inclusão às pessoas com deficiência. Wanda acredita no design gráfico como ferramenta transformadora dos meios de acesso à cultura e à educação. O sistema Braille de leitura e escrita resulta da combinação entre seis pontos; a diferença neste inovador processo criado por Wanda durante o desenvolvimento do projeto Adélia – chamado Braille BR –, está no sistema de impressão, que se diferencia por não furar o papel, permitindo a edição de grandes tiragens, e garantindo ao material durabilidade. A impressão Braille BR é sobreposta e não prejudica a qualidade da impressão normal em offset. A leitura de uma não interfere na outra e vice-versa, e por essa razão é 100% inclusiva. A durabilidade é indeterminada e os pontos não cedem à leitura/pressão dos dedos como na impressão convencional do sistema Braille. Desta forma, este novo método torna-se o primeiro a permitir que uma publicação para deficientes visuais possa, com alta qualidade, ser lido e manuseado por pessoas com e sem deficiência ao mesmo tempo. Todos os elementos gráficos do livro foram trabalhados de forma a enriquecê-lo nos três aspectos da percepção humana: visual, tátil e olfativa fazendo com que o aproveitamento da obra assuma um alto nível qualitativo convidando todas as crianças à imaginação e à experimentação. Este é o grande fator inclusivo do livro, uma vez que, ao democratizar o acesso aos meios culturais e de inclusão social, elimina o isolamento que permeia a vida de crianças com deficiência, dentro ou fora da escola. Com texto simples, os livros da coleção Adélia, contam as histórias da menina Adélia e suas questões cotidianas, em especial os assuntos ligados aos cuidados com ela mesma e à sua autonomia como, por exemplo, a importância de não se esquecer de amarrar os sapatos, levar o casaco para a escola na mochila entre outras coisas. No primeiro volume, Adélia Cozinheira, a menina que dá nome à coleção, exercita sua independência preparando o café da manhã para fazer uma surpresa aos seus pais. Utilizando aromas, relevos e texturas, as contrastantes e coloridas ilustrações de Luise Weiss andam lado a lado com o texto, cumprindo de forma rica a função da informação. O segundo volume da coleção, Adélia Esquecida,  privilegia as texturas dos objetos, visual e tatilmente. O leitor poderá sentir a trama da malha de lã de Adélia, o cordão do seu sapato, o zíper de sua roupa. Além disso, como o livro se utiliza de recursos olfativos, ela também sentirá o cheiro do couro e do jardim, na parte externa da casa. Tendo como objetivo atingir o público infantil, 3 a 10 anos, incluindo crianças com deficiência visual com grau de limitação de 10 a 100%, a Coleção Adélia busca cumprir exigências também da visão subnormal não somente quanto a visualização e legibilidade de texto, mas também no que diz respeito a percepção das cores e de sensações táteis e olfativas identificáveis. Uma curiosidade a mais nesta coleção, é que o nome da personagem foi inspirado em Adélia Sigaud, cega, filha de Dr. Xavier Sigaud, médico francês que esteve a serviço da corte de D.Pedro II. Ela foi a primeira mulher brasileira a dominar o Sistema Braille e tornou-se, mais tarde, muito conhecida em Portugal por sua dedicação a tiflologia, o tratado sobre a educação da pessoa com deficiência visual. (Fonte: Site  Inclusive)

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