quarta-feira, 17 de setembro de 2014
Acessibilidade não é privilégio, é direito, diz jornalista sobre audiodescrição na TV Folha
Melina Cardoso
Christh Lopes
Desde março, a jornalista Melina Cardoso se prepara para colocar em
prática o aprendizado sobre acessibilidade em peças audiovisuais. Na
última terça-feira
(9/9), a TV Folha exibiu a primeira reportagem dela com audiodescrição e
legendas, tendo como personagem o radialista Alberto Pereira, que conta
a história
do cão-guia Simon, que está próximo de se aposentar.
Na tarefa de ser os olhos do internauta, a repórter ressalta o apoio do
veículo durante o processo de estudos na Universidade Federal de Juiz de
Fora (MG).
“A ideia é colocar em prática o que estou estudando, até porque é um
direito das pessoas com deficiência ter acesso a notícias de forma
clara, principalmente
os vídeos da TV Folha, que são tão visuais, cheios de informações”,
salienta Melina.
O projeto segue uma característica do jornal, que disponibilizou nos
últimos dias um leitor de software para pessoas com deficiência visual
nas matérias,
a fim de facilitar a leitura de notícias veiculadas no portal do diário.
O objetivo agora é trabalhar para conseguir oferecer a cada semana um
vídeo acessível.
“A acessibilidade não é um privilégio, ela é um direito”, afirma.
A jornalista procura compartilhar as experiências adquiridas ao longo do
curso com os colegas de redação e a importância de tornar o material do
canal
acessível ganha espaço a cada dia. Com o sucesso da matéria sobre Simon,
há mais uma motivação para manter a iniciativa. “Este recurso é algo
muito recente”,
diz a jornalista, que teve ajuda de uma professora nesta primeira
reportagem.
“Existem termos que não podem ser usados na audiodescrição e formas de
fazer um roteiro que necessita de uma supervisão”, destaca.
Como primeira lição, ela nos conta que a linguagem precisa se adaptar à
audiodescrição, “que nada mais é do que narrar o que você está vendo".
"Só que
evita adjetivos, pois a pessoa que está ouvindo chegará à conclusão se a
cena é bonita, feia, legal ou chata”.
À IMPRENSA, Melina explica que o método não entrega a notícia
"mastigada" para o telespectador. "Eu explico o que está passando na
cena e a pessoa chega
às suas próprias conclusões”, completa.
Para esta primeira pauta com audiodescrição, a jornalista aproveitou um
tema sugerido durante a Copa, mas que estava na gaveta. Afinal, como ela
mesmo
diz, "nada mais justo do que colocar acessibilidade numa matéria, cujo
personagem principal é uma pessoa com deficiência visual”..
* Com supervisão de Vanessa Gonçalves
Fonte:
www.portalimprensa.com.br
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