sala de cinema
Um projeto chamado Cineco leva cultura aos deficientes visuais de
Lins, SP Site externo. .
São 200 títulos exibidos de uma maneira diferente, com audiodescrição, para ajudar no entendimento do filme. Na tela do cinema, a adaptação de um grande
sucesso da literatura portuguesa.
"Ensaio sobre a cegueira" conta a estória de uma epidemia. De repente, pessoas começam a perder a visão e aos poucos todo mundo vai ficando cego. Os personagens
da ficção vivenciam uma realidade que é o dia a dia de pessoas como o aposentado José da Silva Nunes.
Ele é deficiente visual e foi ao cinema para assistir o filme “Ensaio sobre a cegueira”. Só que desse jeito especial. Todos tem que prestar atenção no
áudio, que conta a estória sem precisar da imagem. “É muito especial, porque sem esse recurso a pessoa está ouvindo o filme, mas não sabe o que está acontecendo,
agora com um narrador falando com a gente, é fácil localizar onde o personagem está, o cenário, uma sala, um quarto. Achei muito interessante”, conta o
aposentado.
Sem poder ver nada, é com a ajuda de um narrador que os deficientes visuais assistem aos filmes no cinema. A fala dos personagens é dublada normalmente,
mas um narrador descreve as ações e o que acontece nas cenas sem diálogo.
Por mais que seja de extrema importância àqueles que necessitam, a audiodescrição ainda é uma novidade, por isso, nem sempre é fácil de encontrar filmes
com esse recurso. “A audiodescrição é um recurso novo para pessoa com deficiência visual, além disso não é muito divulgado. Para eles faz uma diferença
enorme, o que a gente vê nas imagens, eles vão imaginar por meio das descrições. Entre a fala de um personagem e outro, entra a técnica que vai explicar
onde a cena acontece, figurino, expressões faciais e corporais, assim eles podem entender o filme com mais clareza”, explica a pedagoga Daniela da Silva.
Uma dificuldade que está sendo superada no cinema da Casa da Cultura e Cidadania de Lins, onde as sessões com audiodescrição são de graça e para todo mundo.
“Esse projeto já veio para nós com toda essa instalação. Estamos com um acervo de mais ou menos 200 filmes, com títulos e gêneros diferentes e também faixas
etárias variadas, para atender a esse público”, afirma Célia Bossonaro, diretora da Casa de Cultura e Cidadania.
A voz que serve de guia para os deficientes visuais não tira a graça do filme pra quem pode enxergar. Ao mesmo tempo, a audiodescrição é uma revolução
para
os deficientes visuais que gostam de cinema. Que o diga a estudante Carla Teixeira, que assistiu tudo da primeira fila. “Para o deficiente visual é o óculos
3D, a gente entra no filme. A riqueza de detalhes da descrição possibilita que a gente entenda muito bem o filme. Diminui aquela ansiedade de saber o que
está acontecendo, achei mágico”, conta.
A Casa de Cultura fica na Rua Regente Feijó, número 52 no centro de Lins. As sessões são às 9 horas. Mais informações pelo telefone (14) 3522-1598.
Fonte:
http://g1.globo.com/sp/bauru-marilia
Nenhum comentário:
Postar um comentário