Realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Censo 2010 revelou que 45 milhões de brasileiros possuem algum tipo de deficiência.
O número corresponde a aproximadamente 24% da população. Do total, 13 milhões de pessoas declararam ter uma deficiência grave motora, visual, auditiva
ou mental.
Segundo a pesquisa, quatro milhões de pessoas afirmaram ter problemas motores severos. É preciso olhar com carinho para estas pessoas e contribuir para
que o direito a acessibilidade seja garantido. Essa preocupação é indispensável em todos os setores inclusive no mercado imobiliário. O mercado da Construção
Civil passou por um crescimento acentuado nos últimos anos e com esse desempenho veio também a busca das construtoras por desenvolver, cada vez mais, projetos
focados nas necessidades e desejos dos clientes.
PRIORIZANDO A INDEPENDÊNCIA
De acordo com o diretor de Responsabilidade Social do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE), Ricardo Miranda, o mercado imobiliário
já está preparado para atender as normas de acessibilidade, no que tange as áreas comuns dos edifícios, pois a legislação municipal já prevê isso. “Já
atendemos as áreas comuns, colocando rampas de acesso, corrimãos, calçadas sem obstáculos, enfim, tudo para melhorar o acesso da pessoa com deficiência,
dando acesso da porta de entrada até o elevador”, explica.
Os imóveis adaptados devem priorizar a independência e o conforto de quem tem alguma limitação física. Pequenas mudanças podem significar mais qualidade
de vida no ambiente residencial e permitir uma locomoção rápida e segura.
Além de portas largas, os corredores de acesso aos ambientes devem permitir manobras de 90 graus. O excesso de mobília deve ser retirado, assim como os
armários localizados embaixo de tampos. Em alguns casos, a eliminação de paredes pode ajudar a melhorar a mobilidade dentro de casa.
FACILITANDO A LOCOMOÇÃO
Para o diretor Técnico da Cameron, Germano Câmara, algumas mudanças podem ser feitas no imóvel a fim de facilitar a locomoção dessas pessoas. “A montagem,
layout do apartamento, ou seja, a distribuição dos móveis fica a cargo de cada morador, quer tenha alguma deficiência ou não. Bancadas com lavatórios com
uma altura acessível, bem como barras de apoio dentro dos boxes para chuveiros, piso tátil nas áreas comuns das edificações e estacionamento com vagas
reservadas e destinadas a estas pessoas também seriam opções para facilitar a vida dos usuários que tenham alguma deficiência”, comenta.
A gerente de Engenharia da Bspar Delphi, Daniella Pontes, explica que todos os empreendimentos são pensados sempre no conforto dos clientes. Para alguns
empreendimentos, fica disponível a possibilidade de solicitar modificações nos apartamentos, como o aumento da largura das portas, para facilitar a locomoção
dos cadeirantes, adaptação na altura das bancadas, barras para apoio nos banheiros e altura diferenciada do vaso sanitário. “O comprador pode solicitar
uma alteração de projeto que será analisado pelo setor de personalização para viabilização”, explica.
NORMAS DÃO ORIENTAÇÕES
A norma ABNT NBR 9050:2004 dá orientações sobre a acessibilidade a edificações, mobiliário, espaço e equipamentos urbanos e é uma referência na hora de
planejar, construir ou reformar espaços adaptados. São critérios e parâmetros técnicos que precisam ser observados a fim de assegurar boas condições de
acesso as pessoas com algum tipo de deficiência.
Esta norma, que regulariza as adaptações de acessibilidade necessárias em cada tipo de imóvel, objetiva não apenas orientação nas obras, mas principalmente,
assegurar tanto administrativamente, quanto judicialmente a acessibilidade de pessoas com algum tipo de deficiência, seja ela física, mental, visual, auditiva
ou múltipla.
“A exigência visa proporcionar mais comodidade e qualidade de vida para quem depende de condições especiais de locomoção e moradia, facilitando ainda inúmeras
negociações do mercado imobiliário. De acordo com a norma, são classificados como ‘acessíveis’ os imóveis adaptados que priorizam a independência e o conforto
de pessoas com alguma limitação”, explica Germano Câmara.
De acordo com os parâmetros estabelecidos na norma ABNT NBR 9050:2004, a altura de objetos como os interruptores, por exemplo, deve estar entre 0,60 e
1,00
m de altura. O documento ainda dispõe que as edificações residenciais multifamiliares, condomínios e conjuntos habitacionais devem ter áreas comuns acessíveis.
“É de extrema importância ter uma norma como essa, para assegurar os direitos às pessoas com dificuldades de mobilidade. Isso representa um avanço e dá
FONTE JORNAL DA TARDE
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