segunda-feira, 24 de novembro de 2014
Jornalista e audiodescritora afirma: acessibilidade não é privilégio, é direito
Desde março, a jornalista Melina Cardoso se prepara para colocar em prática o aprendizado sobre acessibilidade em peças audiovisuais. Na última terça-feira
(9/9), a TV Folha exibiu a primeira reportagem dela com audiodescrição e legendas, tendo como personagem o radialista Alberto Pereira, que conta a história
do cão-guia Simon, que está próximo de se aposentar.
Melina Cardoso
Melina Cardoso estuda para implantar audiodescrição em matéria da TV Folha.
Na tarefa de ser os olhos do internauta, a repórter ressalta o apoio do veículo durante o processo de estudos na Universidade Federal de Juiz de Fora (MG).
"A ideia é colocar em prática o que estou estudando, até porque é um direito das pessoas com deficiência ter acesso a notícias de forma clara, principalmente
os vídeos da TV Folha, que são tão visuais, cheios de informações", salienta Melina.
O projeto segue uma característica do jornal, que disponibilizou nos últimos dias um leitor de software para pessoas com deficiência visual nas matérias,
a fim de facilitar a leitura de notícias veiculadas no portal do diário. O objetivo agora é trabalhar para conseguir oferecer a cada semana um vídeo acessível.
"A acessibilidade não é um privilégio, ela é um direito", afirma.
Beto Pereira e o cão-guia Simon
Reportagem acessível disserta sobre aposentadoria de cão-guia
A jornalista procura compartilhar as experiências adquiridas ao longo do curso com os colegas de redação e a importância de tornar o material do canal
acessível ganha espaço a cada dia. Com o sucesso da matéria sobre Simon, há mais uma motivação para manter a iniciativa. “Este recurso é algo muito recente”,
diz a jornalista, que teve ajuda de uma professora nesta primeira reportagem.
"Existem termos que não podem ser usados na audiodescrição e formas de fazer um roteiro que necessita de uma supervisão", destaca.
Como primeira lição, ela nos conta que a linguagem precisa se adaptar à audiodescrição, “que nada mais é do que narrar o que você está vendo”. "Só que
evita adjetivos, pois a pessoa que está ouvindo chegará à conclusão se a cena é bonita, feia, legal ou chata".
À IMPRENSA, Melina explica que o método não entrega a notícia “mastigada” para o telespectador. "Eu explico o que está passando na cena e a pessoa chega
às suas próprias conclusões", completa.
Para esta primeira pauta com audiodescrição, a jornalista aproveitou um tema sugerido durante a Copa, mas que estava na gaveta. Afinal, como ela mesmo
diz, "nada mais justo do que colocar acessibilidade numa matéria, cujo personagem principal é uma pessoa com deficiência visual".
Assista a matéria:
Fonte: Portal Imprensa
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