segunda-feira, 17 de novembro de 2014
América Acessível: Os desafios para acessibilidade em telefones, TV, web, radiodifusão e serviços públicos
Durante o simpósio internacional "América Acessível" 97 participantes de 15 países diferentes debateram sobre os principais desafios para promover a acessibilidade
em telefones fixos, celulares, TV, web, radiodifusão e nos serviços públicos.
Nos dois primeiros dias do simpósio América Acessível: Informação e Comunicação para Todos foram abordados o conceito de Tecnologias de Informação e Comunicação
(TIC), e os desafios para promover acessibilidade em telefones fixos, celulares, TV, web, radiodifusão e nos serviços públicos.
A seguir, um resumo do que foi debatido nos dois primeiros dias do evento.
12 de novembro – América Acessível: Informação e Comunicação para Todos
Após o bloco de abertura da Conferência Regional “América Acessível: Informação e Comunicação para Todos”, houve o lançamento da versão em língua portuguesa
do Relatório Global da UNESCO sobre as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) no Acesso à Informação e ao Conhecimento para Pessoas com Deficiência.
O relatório apresenta TIC para práticas inovadoras que visem diminuir custos, melhorar acessibilidade e adaptabilidade na educação. De acordo com Adauto
Soares, coordenador do setor de comunicação e informação da UNESCO, o material disponível através do site
www.unesdoc.unesco.org
disponibiliza links estruturados
para recursos na internet voltados para pessoas com deficiência e estudos de cases de sucesso na comunicação e educação.
A sessão 2, mediada pelo Secretário Executivo da CITEL/OEA Clóvis Baptista, contou com Simão Campos que trouxe uma elucidação sobre padronização e acessibilidade
às TIC pela União Internacional de Telecomunicações. Rita Bersch, acerca do papel das TIC acessíveis para a educação inclusiva, salientou a necessidade
de implementação do conceito de Desenho Universal na transmissão do conhecimento através de ferramentas pedagógicas que permitam a interação de crianças
com e sem deficiência no processo de ensino aprendizagem. Por fim, Sergio Pérez explanou sobre as ações de acessibilidade às TIC com a finalidade de aplica-las
na promoção da empregabilidade das pessoas com deficiência.
Durante a tarde, os conferencistas expuseram experiências vividas e implantadas por órgãos de diferentes países americanos. Moderada pelo diretor regional
da União Internacional de Telecomunicações para as Américas Bruno Ramos, expositores examinaram desafios, oportunidades e estratégias para promoção de
acessibilidade comunicacional; olhando para as medidas de responsabilidade social, política, de regulamentação e planos tarifários.
Karla Crosara, gerente de Universalização e Ampliação do Acesso da Anatel, expôs as regras atuais da agência para promoção de acessibilidade dos consumidores
de serviços de TV por assinatura, internet e telefonia móvel e fixa.
13 de novembro - América Acessível: Informação e Comunicação para Todos
Na manhã do dia 13, especialistas norte-americanos, argentinos, chilenos e brasileiros discutiram os desafios pertinentes à acessibilidade aos dispositivos
comunicacionais como telefone celular, televisão e web.
No que diz respeito à modalidade de telefonia móvel, o pesquisador do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) Claudinei Martins
chama a atenção para os 6,5 milhões de brasileiros cegos ou com algum tipo de dificuldade de enxergar, dos quais apenas 10% têm condições financeiras para
aquisição de celulares. De acordo com ele, aplicativos com design centrado no usuário já são realidade, inclusive uma versão gratuita desenvolvida e disponibilizada
pelo próprio CPqD, o “CPqD Alcance”, que emite avisos sonoros para que os usuários com deficiência visual saibam o que é exibido na tela dos aparelhos;
especificamente celulares inteligentes que tenham telas sensíveis ao toque.
Com relação à televisão, soluções de acessibilidade como audiodescrição e legendas devem ser pensadas não apenas como recurso de interatividade. Os especialistas
recomendam que estas devem contemplar do idoso com dificuldades em ouvir e enxergar ao telespectador com alto grau de deficiência, e precisam ser uma constante
desde a produção do conteúdo até a geração e veiculação por parte dos canais.
Uma discussão que norteou o campo da web foi a importância de se desenvolver ferramentas para medir e avaliar os níveis de acessibilidade nos sites, bem
como a efetiva intervenção dos setores públicos e privados na garantia de sites acessíveis a todos. O analista de sistemas Sérgio Faria, que é cego, está
participando do evento todos os dias graças aos recursos de acessibilidade que contemplam totalmente suas necessidades, desde a rampa de acesso físico
ao hotel, condução por elevadores, até a tradução para português.
O evento América Acessível conta também com legendagem em inglês e espanhol para surdos, tradução para inglês, espanhol e português, tradução em língua
de sinais estrangeiras e em Libras (Língua Brasileira de Sinais).
No período da tarde, o assunto abordado foi em relação aos desafios da promoção de serviços públicos acessíveis e o processo público de contratações, Alexl
Leblois - presidente da Iniciativa Global de TIC Inclusivas - moderou a discussão sobre serviços públicos como telefones, telecentros, bibliotecas e outros
que garantam acessibilidade por meio de Tecnologias de Informação e Comunicação que, de acordo com a consultora da União Internacional de Telecomunicações-UIT
Mandla Msimangas, podem ser financiadas por fundos de acesso de serviço universal.
Em relação aos demais serviços públicos de acessibilidade, a secretária municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida da Prefeitura de São
Paulo, Marianne Pinotti, destacou a necessidade de garantir não só a inclusão nos equipamentos urbanos (escolas, teatros, bibliotecas, parques etc.), mas
o acesso físico de todo cidadão – com ou sem deficiência – para o usufruto destes locais.
O simpósio, que teve início no dia 12 de novembro e encerramento dia 14, objetivou avançar na discussão internacional sobre como desenvolver o uso das
Tecnologias de Comunicação e Informação (TIC) para promover a inclusão e autonomia das pessoas com deficiência em todas as esferas de convivência: social
e profissional. O evento foi organizado pela União Internacional de Telecomunicações-UIT em parceria com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência
da República (SDH) e a UNESCO no Brasil, com o apoio da Agência Nacional de Telecomunicações-Anatel e da Secretaria Municipal de Pessoa com Deficiência
e Mobilidade Reduzida da Prefeitura de São Paulo (SMPED).
fonte: s m p e d
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