As Nações Unidas lançaram na segunda-feira (3) seu primeiro relatório sobre deficiência e desenvolvimento, publicado por, para e com pessoas com deficiências
na esperança de promover sociedades mais acessíveis e inclusivas. No mundo, existem mais de 1 bilhão de indivíduos com deficiências.
Pessoas com deficiência na Libéria participam de maratona de 10 quilômetros. Foto: UNMIL/Staton Winter
Pessoas com deficiência na Libéria participam de maratona de 10 quilômetros. Foto: UNMIL/Staton Winter
As Nações Unidas lançaram na segunda-feira (3) seu
primeiro relatório
sobre deficiência e desenvolvimento, publicado por, para e com pessoas com deficiências na esperança de promover sociedades mais acessíveis e inclusivas.
No mundo, existem mais de 1 bilhão de indivíduos com deficiência.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, explicou que o relatório “mostra que pessoas com deficiências estão em desvantagem” no que diz respeito à
maioria dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Essas metas formam um conjunto ambicioso de compromissos para acabar com a pobreza e a fome,
garantir educação e saúde de qualidade para todos, eliminar a violência contra as mulheres e reduzir desigualdades até 2030.
“Em muitas sociedades, pessoas com deficiências frequentemente acabam desconectadas, vivendo em isolamento e enfrentando discriminação”, acrescentou Guterres.
O relatório demonstra como a discriminação com base em deficiências possui efeitos severos no acesso a transportes, à vida cultural e a locais e serviços
públicos. Esses desafios frequentemente passam despercebidos como resultado de uma subestimação do número de pessoas vivendo com deficiências e afetadas
por preconceito.
Frame “ONU pede participação das pessoas com deficiência na vida política, social e cultural” — ONU Brasil
ONU pede participação das pessoas com deficiência na vida política, social e cultural
Em mensagem para o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, observado neste 3 de dezembro, a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, defendeu a
participação dessa população na vida política, social e cultural, “para construir um mundo que seja pluralista, aberto, participativo”.
Também por ocasião da data, o administrador do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Achim Steiner, ressaltou que garantir os direitos
das pessoas com deficiência é fundamental para cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
A publicação da ONU pede uma mudança nos ambientes urbanos, para torná-los mais acessíveis. De acordo com o secretário-geral, o documento “também destaca
o crescente número de boas práticas que podem criar uma sociedade mais inclusiva na qual elas (as pessoas com deficiência) podem viver de forma independente”.
A pesquisa foi divulgada no Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, lembrado em 3 de novembro. “Vamos reafirmar nosso compromisso de trabalhar juntos
por um mundo melhor que seja inclusivo, equitativo e sustentável para todos, onde os direitos de pessoas com deficiências sejam totalmente reconhecidos”,
afirmou Guterres em mensagem para a data.
Acesse o relatório
clicando aqui.
Direitos humanos e saúde
Em 2006, as Nações Unidas adotaram a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Adicional. Os documentos exigem que os países
signatários promovam e protejam os direitos humanos e a dignidade das pessoas com deficiências.
Em entrevista ao serviço de notícias da ONU em Nova Iorque, a ONU News, Javier Vasquez, que é vice-presidente da divisão de saúde do movimento Special
Olympics Internacional, chamou atenção para os vínculos entre os direitos humanos e a saúde dessa população.
“Quando pessoas com deficiências intelectuais podem gozar de pleno acesso aos direitos humanos, isto é refletido na forma de saúde física e mental genuína”,
disse.
Frame “Amor pela educação inclusiva desde o berço” — ONU Brasil
Amor pela educação inclusiva desde o berço
Há cinco anos, Wannya Cipriano, de 32, atua como auxiliar voluntária em uma escola pública de Maceió. Ao lado da irmã Walkíria, que trabalha com educação
especial, descobriu a vocação para ensinar crianças que, assim como ela, têm síndrome de Down.
O relato é do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que lembra a trajetória de Wannya neste 5 de dezembro, Dia Internacional do Voluntário.
O ativista também alertou para lacunas na inclusão e na representatividade e como isto afeta nosso entendimento das deficiências e da vida destas pessoas.
Em média, indivíduos com deficiências morrem 16 anos antes das que vivem sem deficiências, mas a causa dessa diferença não é o que se imagina.
“Muitas pessoas pensam que pessoas com deficiências intelectuais morrem mais cedo por conta de suas deficiências, e isto não é verdade”, afirmou Vasquez.
“O problema é que as doenças, no contexto das pessoas com deficiências, não são diagnosticadas ou detectadas, e elas seguem vivendo a vida sem tratamento.
Elas são excluídas muitas vezes por conta de estigmas e discriminação.”
Vasquez pediu pesquisas mais extensas e abrangentes sobre os desafios e conquistas das pessoas com deficiências, em apoio a um movimento mais amplo para
garantir acesso igual a direitos na política, educação e saúde.
“Você não encontra dados nos sistemas nacionais de informação de saúde. Então, estamos compartilhando nossos dados para tornar estas pessoas visíveis.”
fonte ONU Brasil
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