sexta-feira, 31 de outubro de 2014
Feira destaca inovações tecnológicas projetadas por estudantes da região
Fetin é organizada pelo Inatel, em Santa Rita do Sapucaí, MG, há 33 anos. Objetivo é desenvolver produtos que melhorem a qualidade de vida.
Daniela Ayres
A bengala que avisa onde existe um obstáculo, o casaco que sabe a temperatura exata para deixar o dono quentinho, o programa que alerta o produtor rural
para as necessidades de sua plantação. Está aberta mais uma edição da Feira Tecnológica do Inatel, em Santa Rita do Sapucaí (MG). A partir desta quinta-feira
(30), a instituição de ensino superior e técnico abre as portas para o público e apresenta protótipos de produtos que prometem facilitar o dia-a-dia das
pessoas nos próximos anos. Oficinas, workshops e competições com microcontroladores também são destaques da Fetin, que segue até sábado (1).
Pelo menos 2 mil pessoas devem passar pelo Inatel durante os três dias de feira, segundo a organização. São 46 projetos inscritos. Alguns estão voltados
para a área de biomedicina, outros para os tradicionais campos da comunicação e robótica, mas, essencialmente, a 33ª edição da Fetin abre espaço para soluções
tecnológicas que proporcionem melhor qualidade de vida.
“O casaco que projetamos consegue medir a temperatura do corpo de quem o veste e aquecer até deixar a pessoa confortável”, explica, em seu português típico,
o angolano Hermane da Graça Chango de Boavida, um dos intercambistas do Inatel.
Junto com outros três colegas, Hermane desenvolveu o chamado casaco inteligente, que possui um circuito interno de aquecimento e leitura de informações
sobre o metabolismo do proprietário. “Testamos e a bateria aguentou bem por uma semana. O próximo passo será conseguir que o casaco apresente informações
completas sobre a saúde da pessoa”, revela sobre um dos projetos de destaque da Fetin.
Em outro stand da feira, está o Sistema de Plantações Inteligentes, SPIn, criado em 2013 e ainda em fase de testes. Vítor Ivan D’Angelo, um dos desenvolvedores,
explica que a proposta é fazer um monitoramento meteorológico de plantações para prevenir pragas e doenças.
“O SPIn ainda ajuda na economia de água e energia, promovendo uma redução de 20% a 30% nos gastos, porque o sistema indica a quantidade exata de irrigação
necessária”, conta Vitor sobre o projeto que já é uma startup, uma empresa em formação em busca de posicionamento do mercado.
Casa Vida
Em outro espaço da feira, jovens empreendedores, um pouco mais distantes do mercado de trabalho que seus colegas de engenharia, também surpreendem. Alunos
do projeto social Casa Viva, eles têm suas próprias propostas.
“Todos os anos, trabalhamos empreendedorismo com eles”, explica a professora da turma vinda do 1º ano do ensino médio, Elisa Marinho Oliveira. “Mas nesse
ano pedimos que eles fizessem um levantamento sobre problemas sociais para buscar soluções inovadoras”, diz.
Os estudantes se identificaram com os desafios de quem possui deficiência visual e foram conhecer a realidade da secretária da Casa Viva, Ana Kelly Luzia
da Silva, de 28 anos, que perdeu completamente a visão aos 7 anos de idade. “Eles passaram uma tarde comigo em casa e me perguntaram que dificuldades eu
enfrentava. Em casa, eu não tenho dificuldade, eu tenho na rua. A gente encontra muito poste, lixeira, muita pedra, areia, quando tem construção”, relata.
Inspirados por um problema real, os alunos desenvolveram uma bengala e um sistema de ponto de ônibus sonoro. A base dos protótipos é o arduíno, um microcontolador
usado em programação e que será o tema de um torneio da Fetin nesta sexta-feira (31).
“A Ana Kelly nos relatou que um dos problemas dela era pegar ônibus, então desenvolvemos um painel que fica dentro do ônibus e um totem que fica no ponto
de parada”, explicam Matheus Vilela Morais, 16, e Alisson Henrique Ferreira dos Reis, 15. Segundo eles, os dois dispositivos se comunicam por rede de internet
sem fio para avisar o deficiente visual qual linha está se aproximando.
Já Luciano Miguel Carvalho, 14, e Luciana Vilela de Souza, 16, integram a equipe que desenvolveu a bengala. “Quando a bengala detecta um obstáculo, emite
um som. O sensor ultrassônico que instalamos identifica a existência de obstáculo a até 40 cm de distância”, garantem.
Fetin 2014
Onde: Inatel, em Santa Rita do Sapucaí
Quando: De 30/10 a 1/11, durante todo o dia
Entrada franca
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fonte:g1
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