Os Ministérios Públicos Federal e Estadual acusam o governo do Rio de não destinar, no Maracanã, o número mínimo de assentos para pessoas com deficiência
exigido pela lei. A Procuradoria pede que a reforma do estádio seja interrompida caso não haja adaptação do projeto.
De acordo com a ação civil pública proposta, o projeto original destina apenas 285 assentos para pessoas com deficiência, 0,35% do total de lugares que
o estádio terá.
Decreto federal exige destinação de 4% da lotação para deficientes e pessoas com mobilidade reduzida, incluindo obesos. No Maracanã, seriam necessários
3.174 assentos para esse público.
A Secretaria Estadual de Obras informou, em nota, que o projeto de reforma do estádio destina 839 espaços para pessoas com deficiência. E que reserva outras
856 cadeiras para os acompanhantes dos deficientes.
A pasta afirma que, desta forma, cumpre as exigências da Lei Geral da Copa, que estabelece mínimo de 1% da lotação dos estádios para deficientes. A secretaria
não comentou o descumprimento ao decreto federal.
O MP pediu à Justiça que interrompa a reforma, orçada em R$ 859 milhões, caso o projeto executivo não seja alterado em duas semanas. Requereu também a
suspensão do financiamento do BNDES até a adequação.
A Procuradoria alega que os assentos não são exclusivos para deficientes, mas reservados. Caso não haja demanda suficiente, os ingressos poderão ser vendidos
a qualquer pessoa.
Em novembro, a Folha mostrou que o espaço reservado a deficientes físicos nas arenas de 2014 virou polêmica, pois a lei nacional prevê número de lugares
bem maior que as normas internacionais e que os projetos das arenas.
Fonte:
Jornal Floripa
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