Os debates acontecem até sábado (25), com a participação de 300 representantes municipais, para reunir propostas do estado a serem levadas para a 3ª Conferência
Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, prevista para dezembro
Os direitos das pessoas com deficiência já estão garantidos em lei. O que falta é uma mudança de atitude da sociedade e dos governos para que eles sejam
respeitados. A opinião é do superintendente de Políticas para Pessoa com Deficiência do Estado do Rio de Janeiro, Márcio Rodrigues, que participou nesta
quinta-feira (23) da abertura da 3ª Conferência Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
Para Rodrigues, que também preside o Conselho Estadual para a Política de Integração da Pessoa com Deficiência, a legislação avançou muito, mas ainda existe
discriminação ao portador de necessidades especiais.
“Nós queremos discutir a acessibilidade universal. Ela é muito mais ampla do que a acessibilidade arquitetônica. Nós queremos, enquanto pessoa com deficiência,
ter acesso à saúde de qualidade, a transporte com dignidade, ao trabalho digno. Merecedor de salário, como todo trabalhador, claro, respeitando as nossas
limitações. Queremos ter uma política de assistência social”, disse.
De acordo com Rodrigues, a luta agora também passa por mostrar à sociedade que a pessoa com deficiência também pode contribuir para o crescimento do país.
“O mundo inteiro via a pessoa com deficiência com outro olhar, de que éramos inválidos e doentes, que não éramos capazes de produzir. E hoje essa relação
está mudando, você é capaz de mostrar pra sociedade que, respeitando as nossas limitações e dando para nós as possibilidades, nós podemos trabalhar, ter
dinheiro e também mover a economia do país”, ressaltou.
Também durante a cerimônia de abertura, o deputado estadual Márcio Pacheco (PSC), presidente da Comissão de Defesa da Pessoa Portadora de Deficiência da
Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), defendeu que políticas públicas efetivas podem dar às pessoas com deficiência condições de competir em
condições de igualdade.
“Se trouxéssemos a política pública para todos os espaços, não haveria pessoa com deficiência, nenhuma pessoa teria deficiência, se entendermos a deficiência
como algo que nos limita. Porque uma vez dada a ela, por meio de política pública efetiva, acessibilidade, ela [estaria] em pé de igualdade com todos os
outros”, disse.
Já o secretário nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Antônio José Ferreira, lembrou que um dos objetivos da conferência é avaliar
os avanços alcançados desde o último encontro. “É um ciclo que fecha. A outra conferência foi em 2008. Então, nesses últimos quatro anos, o que avançou
no Rio de Janeiro, no Brasil, quais eram os nossos desafios em 2008 e quais são os nossos desafios agora?”
A subsecretária de estado de Assistência Social e Direitos Humanos, Maria Célia Vasconcelos Pucu, anunciou durante o evento que o governador Sérgio Cabral
assinou hoje (23) a adesão ao Plano Viver Sem Limites, do governo federal.
Os debates no Rio de Janeiro ocorrem até sábado (25), com a participação de 300 representantes municipais, para reunir 40 propostas do estado a serem levadas
para a 3ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, prevista para dezembro em Brasília.
Entre os desafios do governo fluminense, o presidente do Conselho Márcio Rodrigues destacou a implantação dos conselhos municipais em todas as cidades.
Hoje, apenas 36 dos 92 municípios do estado têm o conselho funcionando.
Fonte:
Agência Brasil
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