por
Ricardo Shimosakai
Um roteiro inclusivo com foco na acessibilidade para visitantes surdos foi lançado no Bosque da Ciência do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
(Inpa/MCTIC),
em
Manaus.
O bosque apresenta aos visitantes a fauna e flora da Amazônia, sendo um dos pontos turísticos mais visitados na capital amazonense. A visitação turística
para surdos teve o suporte de celulares com base no sistema de inteligência artificial “
Giulia – Mãos que Falam
”, instrumento de tecnologia assistiva que utiliza a Língua Brasileira de Sinais (Libras).
Pioneiro no Amazonas, o aplicativo tornará a visita aos atrativos turísticos do bosque autoguiada e já está disponível para download na Google Play Store
(celulares com sistema Android). Mediante a retirada de um crachá na portaria do bosque, o visitante poderá acessar as informações dos atrativos em Libras,
por meio da leitura de QRCodes.
Segundo a pesquisadora e professora da UEA, Dra. Selma Batista, o objetivo do APP é romper as barreiras e dar acessibilidade aos espaços públicos de turismo
e lazer, garantindo a participação plena e efetiva da pessoa surda em condições de igualdade na sociedade. A iniciativa do Roteiro é do
curso de Turismo
da UEA, por meio da pesquisa realizada pelo aluno Thiago Souza, sob orientação da professora, em parceria com a equipe de desenvolvimento da startup Map
Innovation, Inpa e Samsung Ocean, com o empréstimo dos celulares que serão utilizados pelas pessoas surdas na visitação.
Para o coordenador do Bosque da Ciência, Alexandre Buzaglo, o aplicativo vem somar com outras iniciativas de renovação e atendimento a públicos distintos.
Atualmente, para pessoas com deficiência o espaço conta com uma
trilha pavimentada que dá acessibilidade ao cadeirante
para conhecer mais o bosque. A trilha vai da lanchonete até o viveiro do poraquê. “Essa parceria com a UEA nos permitirá ser o primeiro ponto turístico
do Amazonas a atender a comunidade de surdos”, comemora Buzaglo.
Para o diretor de turismo da Manauscult, João Araújo, o desenvolvimento de parcerias que possam enriquecer a cadeia do turismo em Manaus não são benéficas
apenas para a sociedade e turistas em si, mas ajuda os diversos atores envolvidos a enxergar novos horizontes. “Para o poder público é uma oportunidade
de portas que se abrem, de experiências compartilhadas que ajudam na construção de políticas públicas cada vez mais eficazes”.
A presidente da Empresa Estadual de Turismo, Roselene Medeiros, acredita que o aplicativo é um instrumento importante para o acesso de pessoas com dificuldades
de audição em áreas de turismo e lazer, destacando que o aplicativo, desenvolvido pela UEA, vai ser um marco nesse processo. “O turismo brasileiro está
procurando cada vez mais dar condições de acessibilidade para pessoas com dificuldades visuais, auditivas e locomoção, para que possam realizar atividades
turísticas e de lazer da melhor forma e com mais qualidade de vida”, enfatizou Medeiros.
Sobre o projeto
O projeto inédito contou com um piloto realizado com alunos surdos da Escola Estadual Augusto Carneiro dos Santos, nos meses de julho e agosto do ano de
2018, cujos resultados levaram a conquista do primeiro lugar na categoria academia do Prêmio Nacional de Turismo, organizado pelo Ministério do Turismo
em dezembro de 2018. Idealizado pelo professor Manuel Cardoso, o ‘Giulia Mãos que Falam’ se caracteriza como um instrumento de tecnologia assistiva para
a inclusão do surdo, por meio do uso da
Língua Brasileira de Sinais
(Libras).
O projeto tem parceria direta de Adria de Jesus Brandão, Camila do Nascimento Alencar, Paulo Sérgio da Silva Farias, Fabricio Guimarães de Oliveira, Marcel
Luis Silva Cunha e Ingra Guedes, da equipe de desenvolvimento da Map Innovation e da doutora Rita Mesquita e Alexandre Buzaglo, da coordenação de extensão
do Bosque da Ciência do Inpa.
TV UEA
fonte turismo adaptado
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