quinta-feira, 7 de novembro de 2013
Pessoas com deficiência terão 13,7 mil vagas em cursos do SENAI pelo Pronatec, em diversos estados do país
Matrícula, mensalidade, transporte, alimentação e material didático são custeados pelo governo federal
Ismália Afonso
O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) vai oferecer 13,7 mil vagas em cursos de formação inicial e continuada ou em cursos técnicos de nível
médio para pessoas com deficiência. Os cursos são gratuitos e integram o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Além da matrícula
e das mensalidades gratuitas, o Pronatec oferece aos estudantes transporte, alimentação e material didático.
Os interessados podem se inscrever pela internet na página
pronatec.mec.gov.br,
onde está a lista das opções disponíveis, ou procurar instituições como os Centro de Referência de Assistência Social (Cras), as secretarias municipais
de direitos humanos e as agências do Sistema Nacional de Emprego (Sine), responsáveis por encaminhar os pedidos de matrículas para o SENAI. Quem for estudante
do ensino médio de escolas públicas deve procurar a secretaria das escolas.
De janeiro até agora, já foram realizadas cerca de 1,3 mil matrículas em cursos como costureiro industrial, padeiro/confeiteiro, operador de computador,
eletricista industrial, entre outros, oferecidos nos 26 estados e no Distrito Federal. As aulas – em turmas inclusivas, das quais participam estudantes
com deficiência e os outros alunos – contam com professores qualificados para lidar com diversos tipos de deficiência, além de material didático adequado
à situação de cada estudante.
A coordenadora do Programa SENAI de Ações Inclusivas (PSAI), Adriana Barufaldi, lembra que a qualificação profissional tem importância não apenas por melhorar
as condições para se conseguir emprego. “A formação abre possibilidades para que a pessoa com deficiência passe a investir em várias áreas da própria vida.
Para a sociedade, conseguimos transformações culturais, na superação de preconceitos e de barreiras arquitetônicas, metodológicas e comunicacionais”, avalia.
Experiência
Nos últimos seis anos, o SENAI formou 78,3 mil pessoas com deficiência. As matrículas anuais saíram de 10 mil, em 2007, para 17 mil no ano passado. Esse
incremento é resultado do esforço do PSAI. Criado em 1999, o programa tem como objetivo qualificar as pessoas com deficiência e apoiá-las na inserção no
mercado de trabalho. Além disso, promove o acesso a cursos de educação profissional e tecnológica para atender com recortes de gênero, etnia e maturidade,
além de requalificação profissional.
Desse trabalho já resultaram quatro cursos de formação adaptados para pessoas com deficiências intelectual, física, auditiva ou visual: operador de microcomputador;
montador e reparador de microcomputadores; mecânico de manutenção de motocicletas; e mecânico de manutenção de motores ciclo Otto (utilizados em carros
de passeio). Trezentos docentes foram capacitados para atuarem nesses cursos e outros 300 para lidar com alunos com Transtorno Global do Desenvolvimento
(TGD), como síndrome de Asperger, por exemplo, e deficiência intelectual. Há também 22 livros didáticos desenvolvidos nessas áreas.
As vagas oferecidas dentro do Pronatec, porém, não são restritas a esses cursos. Quando o interesse é por outras opções, grupos de apoio local – formados
por equipes técnicas e pedagógicas do SENAI e de entidades parceiras – atuam para propiciar a inclusão nas aulas. Eles são responsáveis, por exemplo, por
criar práticas pedagógicas que garantam a participação e o aproveitamento no curso.
De acordo com Adriana Barufaldi, a maior dificuldade ainda é informar as pessoas com deficiência sobre as vagas. Ela acredita que o plano do governo federal
Viver sem Limites, que incluiu essa parcela da população como público do Pronatec, vai melhorar essa realidade. “Conseguimos aproximar entidades como o
SENAI, responsável por oferecer cursos, de organizações governamentais ou não que reúnem a necessidade de formação das pessoas com deficiência”, diz.
Confira abaixo o número de vagas nos estados e pelo CETIQT:
Alagoas: 639
Amapá: 145
Amazonas: 73
Bahia: 100
Espírito Santo: 2.300
Goiás: 1.200
Maranhão: 352
Mato Grosso: 3.640
Mato Grosso do Sul: 38
Paraíba: 100
Paraná: 1.619
Rio de Janeiro: 78
Rio Grande no Norte: 150
Rio Grande do Sul: 101
São Paulo: 394
Santa Catarina: 2.225
Tocantins: 88
CETIQT: 697
TOTAL: 13.736 vagas
fonte:Portal da Indústria
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