RIO - Cientistas da Universidade Hebraica de Jerusalém descobriram que pessoas cegas, através de fotografias e equipamentos de som especiais, podem descrever
objetos e até identificar letras e palavras. A novidade coloca em dúvida o senso comum de que, se o córtex virtual não recebe informações visuais na infância,
a criança dificilmente poderá enxergar objetos no futuro.
Consegue-se o feito através de um dispositivo de substituição sensorial. O equipamento tem o objetivo de fornecer informações visuais aos cegos através
de outros sentidos. Os usuários só precisam usar uma pequena câmera conectada a um computador e fones de ouvido. As imagens são convertidas em paisagens
sonoras, o que permite ao indivíduo interpretar as informações.
Os cegos que passaram pela experiência alcançaram um nível de acerto que ultrapassa o critério estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para
a cegueira, segundo os pesquisadores. Os resultados, apesar de não convencionais, já que não utilizam o sistema oftalmológico do corpo, não deixam de ser
visuais, por ativarem a rede de identificação visual do cérebro.
Os pacientes que se dedicaram a 70 horas de treinamento com o dispositivo puderam identificar imagens de rostos, casas, objetos em geral e texturas. Algumas
conquistas mais complexas foram as posições de determinadas pessoas e expressões faciais.
— Os testes mostraram como o cérebro adulto pode ser mais flexível do que imaginávamos, diz Amir Amedi, autor da pesquisa. — Outros trabalhos já demonstraram
que as áreas do cérebros não apenas servem especificamente para um sentido (visão, audição, tato...), mas para várias modalidades — argumenta Amir Amedi,
autor das pesquisas
FONTE JORNAL O GLOBO
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