Nos últimos dois anos o número de processos instaurados por descumprimento da lei de cotas, mais que triplicou no estado de São Paulo.
Mão segurando carteira de trabalho
A superação da pessoa com deficiência no mercado de trabalho está cada vez mais evidente. Existe uma lei que garante vagas para pessoas com deficiência
e quando a empresa cumpre essa determinação, o trabalhador mostra que a limitação física não interfere na competência e o empresário que ainda não acredita
nisso já pode ir mudando de ideia.
O técnico de segurança Reginaldo Domberto Mateus tem qualificação, diploma na mão e muita vontade de trabalhar. O caminhar só não é igual ao dos demais
trabalhadores por uma pequena deficiência na perna esquerda, consequência da paralisia infantil. Mas, a dificuldade maior não é percorrer a trajetória
a pé em busca de emprego, e sim a falta de oportunidade. “Eu não acredito que é a falta de vagas, mas, a falta de apostar na pessoa com deficiência, porque
muitos como eu têm formação e podem dar mais para empresa”, afirma.
Ele fez um curso completo de técnico em segurança do trabalho e depois buscou especialização no ramo, mas as vagas disponíveis no mercado, segundo ele,
não são da área. “As vagas oferecidas são para cumprir cotas, são oferecidos cargos de auxiliares e se nós nos formamos é porque temos capacidade de ocupar
outros cargos”, completa.
As empresas com mais de cem funcionários são obrigadas por lei a destinar vagas para pessoas com deficiência na seguinte proporção:
De 100 a 200 funcionários – 2%
De 201 a 500 funcionários - 3%
De 501 a 1000 funcionários - 4%
De 1001 em diante funcionários - 5%
O
Ministério do Trabalho Site externo.
vem aumentando a fiscalização às empresas com mais de cem funcionários. Nos últimos dois anos o número de processos instaurados por descumprimento da lei
de cotas, mais que triplicou no estado de
São Paulo Site externo. .
“Se essas cotas não são cumpridas, o procedimento normal é que o Ministério do Trabalho autue essas empresas e remeta esse auto de infração para o Ministério
Público para assim exigirmos o cumprimento dessa cota”, explica o procurador do Trabalho em
Bauru Site externo. ,
SP, Luiz Henrique Rafael.
E quando a empresa cumpre a lei, o funcionário mostra que deficiência e eficiência podem fazer parte de uma engrenagem só. O auxiliar Roberto Aparecido
Bolaine encara a rotina sem problema algum. Ele atende os colegas de trabalho na ferramentaria e sabe usar as ferramentas certas para superar a deficiência.
“Já trabalhei como ajudante geral, auxiliar de escritório, cortador de cana, sempre correndo atrás dos meus objetivos”, destaca.
Em uma indústria da cidade, o campo de futebol está cada vez mais verde. Enquanto o centro poliesportivo vai ganhando vida, a vida de Felipe Moreira Buce
ganha mais ânimo. Ele nunca perdeu o gosto pelo esporte, mesmo depois de um tumor no fêmur e as próteses de titânio. Ele está acabando a faculdade de educação
física e vai ser técnico da escolinha de futebol da empresa.
“Para muitas pessoas pode ser visto como estranho, uma pessoa com deficiência trabalhar com atividade física, mas como é uma coisa que eu sempre gostei,
vivi com isso, a vida inteira gostando de esportes e como eu acho que desempenho bem a função, acho tranquilo. Sinto-me uma pessoa normal”, ressalta.
Para o gestor Daniel Canellas, só existe uma regra para lidar com os trabalhadores contratados sistema de cota: “exigir o mesmo que é exigido de uma pessoa
que não tem deficiência. Não é a empresa que decide onde ele vai ficar e sim o laudo médico que vai indicar onde ele está apto a trabalhar na empresa”,
completa.
Fonte:
G1 Site externo.
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