sexta-feira, 21 de junho de 2019

Equipe médica aprende Libras para melhorar atendimento a surdos

Curso no Hospital da Luz, em São Paulo, ampliou integração com funcionários e pacientes com deficiência auditiva; SUS não oferece serviço
 Giovanna Borielo, do R7*
Funcionários do Hospital da Luz, em São Paulo, durante curso de Libras
Hospital da Luz/Divulgação

Funcionários do Hospital da Luz, em São Paulo, durante curso de Libras

Ao chegar ao hospital, o paciente surdo enfrenta dificuldades no atendimento. Os obstáculos vão desde ouvir o painel da recepção até a descrição dos sintomas

e comunicação com o médico.

Para evitar transtornos desse tipo, o Hospital da Luz, na Vila Mariana, zona Sul de São Paulo, está oferecendo curso de Libras (Língua brasileira de sinais)

a seus funcionários.

A ideia foi colocada em prática após a contratação de funcionários com deficiência auditiva, que se comunicavam apenas entre si, tornando-se isolados,

segundo o hospital. O treinamento teve início em agosto.

A supervisora de enfermagem Erika Damasceno, 33, é uma das alunas do curso. Ela afirma que já sentiu dificuldade em atender um paciente surdo antes de

aprender Libras. "Hoje, a partir do momento que identificamos esse paciente, podemos direcioná-lo ao atendimento especializado e acompanhar o médico. Já

conseguimos identificar sintomas e enteder se ele é alérgico ou não, por exemplo", diz.

De acordo com Neivaldo Zovico, diretor da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos de São Paulo (Feneis-SP), a implementação das Libras no

atendimento médico é essencial, pois esses pacientes não recebem a atenção necessária, o que desmotiva a continuar os cuidados da saúde devido à falta

de acessibilidade.

O Sistema Único de Saúde (SUS) não oferece atendimento a pacientes por meio de Libras.

A deficiência auditiva afeta cerca de 466 milhões de pessoas no mundo, o equivalente a, aproximadamente, 5% da população mundial, de acordo com a OMS (Organização

Mundial da Saúde). No Brasil, 9,8 milhões de brasileiros possuem deficiência auditiva, segundo o Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).


*Estagiária do R7 sob supervisão de Deborah Giannini

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