segunda-feira, 26 de março de 2018

Cura para a cegueira pode chegar em cinco anos

Operação pode tornar-se tão comum como a das cataratas

Método de implantação de células estaminais foi testado em dois doentes que recuperaram visão
Dois doentes ingleses recuperaram a visão depois de terem sido submetidos a uma terapia inovadora. O processo consiste na aplicação de um "remendo" de

células estaminais na parte danificada dos olhos. Os médicos que aplicaram esta nova técnica acreditam que pode estar disponível para todos os doentes

com degeneração macular relacionada à idade (DMRI) húmida, dentro de cinco anos.

A DMRI é a doença mais comum na perda de visão. Estima-se que 12% da população portuguesa com mais de 65 anos sofra desta doença. O tratamento foi para

já aplicado apenas a doentes com a forma "húmida" da DMRI (10% dos casos com degeneração macular relacionada com a idade), mas os médicos acreditam que

esta técnica pode funcionar também para a forma "seca" da doença, que afeta mais doentes.

A aplicação de células estaminais na parte de trás do olho permitiu aos dois doentes - um homem na casa dos 80 anos e uma mulher nos 60 - recuperar a visão

central. Antes não conseguiam sequer ver um livro, agora já leem sem ajuda de lentes.
O sistema foi criado pelo Projeto para a Cura da Cegueira de Londres, uma colaboração entre o professor Pete Coffey da University College London e o professor

Lyndon da Cruz, cirurgião da retina no Moorfields Eye Hospital. Os dois especialista esperam tratar 10 doentes de DMRI húmida, causada por um derrame súbito

dos vasos sanguíneos na mácula, parte essencial da retina.

No futuro, os médicos esperam que este procedimento seja tão comum como a cirurgia às cataratas. No Reino Unido, o número de pessoas que perde a visão

por causa desta doença chega aos 700 mil.

Os resultados da cirurgia aos dois doentes britânicos foram publicados no jornal Nature Biotechnology. Os dois foram escolhidos por causa do estado avançado

em que estava a doença e o sucesso é maior do que o inicialmente esperado pelos médicos. Nestes casos, o sucesso mede-se em linhas numa tabela de leitura.

"Dissemos que teríamos três [de 10 doentes] com recuperação de três linhas. E que provavelmente não iriam recuperar a visão de leitura. O primeiro paciente

teve seis linhas de recuperação, o que é surpreendente, e o segundo recuperou cinco linhas e parece continuar a melhorar à medida que os meses passam",

explicou, citado pelo The Guardian, Pete Coffey.

Um dos pontos de sucesso deste métodos é que o uso de células estaminais nos olhos, não obriga à toma diária de imunossupressores para o resto da vida.

Uma vez que o olho é um órgão que funciona isoladamente e por isso é possível injetar cápsulas que libertam imunossupressores nos olhos por períodos de

dois a três anos.

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