projeto f123
O projeto F123, criado em Curitiba, desenvolve um sistema de software, de baixo custo, específico para pessoas cegas ou com baixa visão para ajudá-las nos
estudos e em suas carreiras.
Ao instalar o sistema no computador, pessoas com baixa visão podem, por exemplo, ampliar as letras na tela e movimentar uma lupa eletrônica usando o mouse.
Enquanto para as pessoas com cegueira total, um leitor de tela, através de uma voz sintética, “lê” os conteúdos para os usuários. A partir dos comandos
no teclado, é possível ouvir e seguir as instruções do computador a medida que novas janelas e abas são abertas.
“O custo alto dos softwares, que já existem no mercado, e a falta de material apropriado para capacitação são os principais fatores para a exclusão de
crianças
e jovens cegos ou com baixa visão. Os softwares tipicamente usados para a leitura, ou ampliação de tela, custam o equivalente a dois ou três computadores.
Este valor elevado impede governos, fundações e organizações de implementarem projetos na escala necessária para obter melhorias significativas, tanto
na escolaridade quanto na empregabilidade de jovens com deficiência visual”, afirma Fernando Botelho, fundador do F123.
Botelho é cego e sempre teve acesso a equipamentos que o ajudaram a estudar e desenvolver plenamente a sua carreira. É formado em sociologia pela universidade
de Cornell e é mestre em relações internacionais pela Universidade de Georgetown, nos Estados Unidos. Foi diretor adjunto do Banco UBS, em Zurique, na
Suíça, é Ashoka fellow e recebeu, em 2010, o prêmio A World of Solutions do BID. “Uma das minhas principais motivações foi perceber que nos países em desenvolvimento,
nove em cada dez crianças com deficiência visual não têm acesso à educação.”
O sistema do F123 chega a ser 50 vezes mais barato – quando adquirido em grande escala – do que outros softwares para pessoas com problemas de visão. O
software mais caro do grupo F123 custa R$ 350, enquanto os tradicionais chegam a R$ 4 mil. Os softwares também são oferecidos gratuitamente em versão limitada
e possuem traduções para espanhol e inglês. Além do Brasil, o sistema já vem sendo testado em 20 países, como Argentina, Peru e Uruguai, na América Latina,
e até mesmo na Zâmbia e no Quênia, na África.
fonte:catraca livre
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