sábado, 7 de setembro de 2019

Setembro Amarelo: desvendando os enigmas da depressão

Publicado por Fernando Freitas
Campanha promove prevenção do suicídio com ações de mobilização em todo o país. Confira o que é verdadeiro ou falso sobre a depressão.
Descrição da imagem: silhueta de uma pessoa de braços abertos sobre fundo branco. Atrás dela há o desenho de uma fita amarela. Ao lado direito, em letras

pretas, há a frase "Falar é a melhor solução"

Setembro é reconhecido internacionalmente como o mês de prevenção do suicídio. A campanha conhecida como “Setembro Amarelo” surgiu com o objetivo de diminuir

uma triste realidade que assola o Brasil e o mundo: cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano, segundo dados de 2018 da Organização Mundial

da Saúde (OMS).

O suicídio, geralmente, está associado à depressão. Esse distúrbio mental afeta mais de 300 milhões de pessoas, de todas as idades e, apesar de ser uma

tratável, ainda é rodeada por preconceitos que inibem as pessoas a procurarem ajuda e de receberem diagnósticos e tratamento. Então, para desmistificar

o chamado “mal do século”, preparamos uma lista explicando os principais enigmas sobre o tema. Confira!

1) Tristeza é o mesmo que depressão

Falso. É bem verdade que a tristeza é um dos sintomas mais comuns da depressão, porém, nem sempre estar triste (que é o chamado estado depressivo) significa

ser diagnosticado com depressão. A doença afeta principalmente o estado de humor e cada pessoa pode reagir de uma forma diferente. Por isso, a avaliação

profissional é tão importante, para identificar se o paciente só passa por um estado de desânimo ou se, de fato, tem depressão.

O mesmo acontece com o mau humor. Uma pessoa que reclama demais pode ter depressão, mas também pode ser só um traço da sua personalidade. Ser assim ou

estar assim é a questão-chave e deve ser muito levada em consideração.

2) Nem sempre a depressão é curada com remédios

Verdadeiro. Como já falado, a depressão é uma doença complexa e cada pessoa reage a ela de uma maneira. Por isso, nem todo mundo precisa tomar remédios.

Em muitos casos, o aconselhamento psicológico é o suficiente.

O uso de medicamentos pode variar de caso para caso, da intensidade do transtorno e de vários outros fatores. E, apesar de ele acelerar o processo de melhora,

é um tratamento que leva tempo. O efeito é gradativo e a paciência é uma aliada nesse caso.

3) Depressão só afeta mulheres

Falso. A depressão é uma doença multifatorial e, embora seja mais comum em mulheres – principalmente no período da menopausa, quando passam por uma grande

alteração hormonal – pode atingir qualquer pessoa, independente de idade, classe social, sexo ou local de residência.

Em crianças, os sintomas de depressão podem começar a aparecer a partir dos 4 anos de idade, segundo Fábio Barbirato Nascimento da Silva, neuropsiquiatra

especialista em infância e adolescência da Associação Brasileira de Psiquiatria. Em jovens, o índice da doença aumenta a cada ano, principalmente devido

ao contato excessivo com álcool e outras drogas. Nos homens, a depressão também acontece, mas ainda há casos em que é ignorada por questões culturais.


4) Depressão interfere na alimentação e no sono

Verdadeiro. A depressão afeta todo o sistema nervoso de uma pessoa, o que pode interferir diretamente em seus hábitos alimentares ou no sono. Mudanças

repentinas como falta ou excesso de apetite, assim como falta ou excesso de sono são sinais de atenção.

Ainda assim, é preciso procurar ajuda médica para um diagnóstico preciso. O que pode parecer depressão às vezes é apenas uma crise de ansiedade, um estado

de tristeza passageiro, ou até outro tipo de problema de saúde.

5) Falar sobre depressão incentiva a doença

Falso. Falar sobre depressão, na verdade, pode salvar a pessoa da doença. Pessoas nessa situação estão buscando ajuda, ainda que não peçam diretamente.

Muitas, querendo sanar a dor extrema que sentem, chegam a pensar no suicídio. E quando alguém lhes dá a oportunidade de falar sobre isso, abre uma alternativa

à situação.

No entanto, é preciso ser cauteloso. A escuta empática – aquela que evita dar opinião, fazer julgamentos ou dar conselhos – é a alternativa, nesse caso.

Em muitos momentos, o silêncio com empatia se torna a melhor forma de ajuda, principalmente quando não se sabe o que dizer. Ela transmite compreensão e

apoio.

6) Um clínico geral pode ajudar

Verdadeiro. Procurar ajuda profissional deve ser a primeira atitude de qualquer pessoa em estado depressivo, ou daquelas pessoas que buscam dar apoio às

vítimas do distúrbio. Muitos consideram, no entanto, que somente psicólogos ou psiquiatras são aptos a lidar com essa situação.

O que acontece é que essas especialidades nem sempre são acessíveis a todos. Por isso, a ajuda pode vir de um clínico geral. O profissional analisará os

sintomas, poderá até prescrever uma medicação, mas deverá encaminhar o paciente a um especialista, para que acompanhe o caso. Procurar orientação médica

assim que perceber sinais da depressão facilita o tratamento e salva vidas.
fonte blog dorina

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