quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Deficientes auditivos vibram com 1° Starbucks dos EUA dedicado aos surdos

Além do barulho das cafeteiras, o único som que se escuta no primeiro estabelecimento do Starbucks dedicado aos deficientes auditivos nos Estados Unidos

é o das gargalhadas dos clientes, que não escondem a felicidade diante da abertura deste novo ponto de encontro em Washington.

"Acho que este lugar é genial. Os funcionários são muito simpáticos e todo mundo pode se comunicar facilmente aqui. É uma experiência fantástica", disse

a jovem Taylor, que escreveu suas respostas à Agência Efe.
A jovem surda, nascida em Denver (Colorado), é uma das dezenas de estudantes da Universidade Gallaudet, na capital americana, que compareceram à nova cafeteria

do Starbucks, localizada a apenas duas ruas de distância da faculdade e que abriu suas portas na semana passada.

Precisamente, a universidade de Gallaudet é o único centro educativo do mundo que oferece educação para surdos em todos os níveis, desde o primário até

o doutorado.

Para Taylor, que toma seu primeiro chá de morango e açaí em sua nova cafeteria preferida, este tipo de local "faz os surdos se sentirem mais parte do mundo".


A estudante compartilha mesa com seus amigos Connor e Enric, alunos da mesma universidade e que também estão entusiasmados com a nova cafeteria.

"É minha primeira vez aqui e me sinto muito orgulhoso por finalmente existir um lugar especialmente para os surdos. Os surdos são minha família", escreveu

Enric ao jornalista da Efe.

Longe de ser uma tarefa complicada, como ocorre frequentemente com as pessoas surdas em estabelecimentos comuns, a comunicação neste lugar para aqueles

que não dominam a linguagem de sinais é fluente através de telas e tablets.

Os 25 integrantes do quadro de funcionários do novo Starbucks sabem reconhecer em poucos segundos se o interlocutor controla ou não a linguagem de sinais

e, em nenhum momento, fazem com que alguém se sinta incomodado por não possuir essa habilidade.

Com um sorriso e uma expressão de "não tem problema", os garçons oferecem um tablet para que a pessoa possa escrever o que deseja consumir e, ao lado,

seu nome.

Minutos depois, os clientes podem ver em uma tela se o pedido está sendo preparado.

"Nunca vi algo assim em toda minha vida, é uma grande surpresa e me deixa muito feliz", escreveu Roger Cardwell, um idoso de Indiana visivelmente emocionado.


"Nunca em minha vida", voltou a anotar.

Cardwell levou ao Starbucks sua filha e sua mulher, ambas surdas, com quem tirou várias fotos dentro da cafeteria, que tem vários murais e cartazes com

símbolos da linguagem de sinais.

Apesar da inauguração deste local ser um passo a mais para a comunidade surda de Washington, Enric, o jovem latino da Universidade de Gallaudet, considera

que "ainda há muito trabalho para fazer" nos Estados Unidos.

"Quase todo mundo sabe que os surdos também podem ser inteligentes, mas ainda há muito trabalho para acabar com a ignorância. Ainda há discriminação contra

nós porque as pessoas não-surdas não entendem nossa situação", disse.

Outras pessoas que podem ouvir, no entanto, veem a abertura deste novo café como uma oportunidade para se aproximar dos deficientes auditivos e poder aprender

sobre o que significa não poder escutar.

Este é o caso de Elizabeth Green, uma mulher que não possui parentes ou amigos surdos, mas que decidiu conhecer a nova cafeteria por conta das informações

divulgadas na imprensa.

"Estar aqui me faz refletir sobre a maneira na qual (os surdos) se comunicam. É uma vivência incrível e já quero trazer minhas três filhas para que comecem

a entender e avaliar a comunidade surda", sussurrou Elizabeth, que não quer acabar com o agradável silêncio na nova cafeteria da rua H de Washington.
 fonte bol

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