sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Laboratório de Apoio ao Deficiente Visual retoma pleno funcionamento na UnB

início do grupo Reglete e punção são instrumentos utilizados para a escrita em braille
Luís Gustavo Prado
Reglete e punção são instrumentos utilizados para a escrita em braille
fim do grupo

"É na ponta dos dedos que a Viviane encontra um mundo para viajar", conta Maria do Amparo Santos, mãe da estudante de Letras – Tradução da Universidade

de Brasília Viviane Santos, sobre a experiência de leitura da filha. Com sorriso no rosto, ela comemora a reativação do Laboratório de Apoio ao Deficiente

Visual (LDV) da Faculdade de Educação (FE). Com a medida, universitários com deficiência visual passam a contar, já neste semestre, com apoio especializado

e outros recursos inclusivos para seu desenvolvimento acadêmico.
Localizado no Bloco 5 da Faculdade de Educação, o LDV dispõe de uma impressora em braille e dez computadores com softwares ledores – programas que transformam

as informações textuais para o formato de áudio. As atividades do laboratório foram interrompidas durante alguns semestres por falta de equipe e de condições

de infraestrutura necessárias à prestação do serviço.

A diretora da FE, Lívia Borges, explica que, durante esse tempo, a unidade permaneceu prestando outros serviços voltados à educação inclusiva, como as

atividades de ensino e de pesquisa na área. Hoje, ela comemora a retomada das atividades do laboratório e acrescenta que a unidade deve inaugurar, nos

próximos dias, um Laboratório de Libras. "A Faculdade de Educação tem uma expertise na área de educação especial e educação inclusiva desde a sua fundação.

Restabelecer o pleno funcionamento do LDV e inaugurar mais um espaço fortalece a atuação inclusiva da faculdade”, afirma a diretora.

APERFEIÇOAMENTO

O curso de extensão Introdução ao Sistema Braille, realizado entre 31 de julho e 4 de agosto na Faculdade de Educação, integrou as atividades de reativação

do Laboratório de Apoio ao Deficiente Visual. Docentes, técnicos e estudantes da UnB que atuam no local participaram do treinamento. “Foi um marco importante

no processo de reorganização do LDV, capacitando a equipe para leitura, escrita e transcrição de textos em braille”, comenta Sinara Zardo, docente da FE

e coordenadora do laboratório.
Aluna do 8º semestre de Pedagogia, Cleonara dos Santos Pereira foi selecionada no Programa de Iniciação Científica da UnB e passou a integrar a equipe

do LDV. Ela conta que já cursou duas disciplinas na graduação sobre educação para pessoas com necessidades especiais. “Minha bandeira é a luta do direito

de todos à educação. Pessoas com deficiência têm esse direito garantido na lei, mas, na prática, infelizmente, ainda falta muito”, avalia.

INCLUSÃO ACADÊMICA

De acordo com a coordenadora Sinara Zardo, atualmente, há 22 estudantes cegos ou com baixa visão cadastrados no Programa de Apoio às Pessoas com Necessidades

Especiais (PPNE) da UnB. Levantamento feito pelo programa aponta que grande parte destes estudantes, especialmente os de Letras, têm como demanda prioritária

a disponibilização de material em braille.

início do grupo Maria do Amparo Santos, Sinara Zardo e Cleonara Pereira estão ligadas às atividades do LDV
Luís Gustavo Prado
Maria do Amparo Santos, Sinara Zardo e Cleonara Pereira estão ligadas às atividades do LDV
fim do grupo

“Formar nossa equipe para o domínio no sistema braille é fundamental para promover acessibilidade e garantir a permanência desses estudantes na Universidade”,

enfatiza Sinara Zardo. Ela antecipa que, em breve, haverá nova capacitação, realizada em parceria com a
Biblioteca Digital e Sonora da UnB.
Além de produzir material em braille e em caracteres ampliados, o LDV planeja elaborar material digital acessível e conteúdo em áudio.

O laboratório também atuará junto aos tutores de estudantes com deficiência visual. “Os tutores cadastrados no PPNE receberão treinamento e terão nosso

suporte para adaptação de materiais”, informa a coordenadora. A proposta é também ofertar cursos para o público acadêmico e para a comunidade externa,

visando à formação de apoio especializado às pessoas cegas ou com baixa visão.

Coordenadora da área de educação especial da Faculdade de Educação, Amaralina Miranda de Souza comemora a retomada das atividades do LDV. “Esta é uma medida

importante para garantir o apoio acadêmico a estudantes com deficiência visual, direito já previsto em resoluções do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão

(Cepe) da Universidade”, lembra. Segundo a professora, nos próximos meses, a FE irá fornecer uma cartilha destinada a auxiliar os docentes da UnB no atendimento

aos estudantes com necessidades especiais.

fonte correio brasiliense

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