sábado, 2 de maio de 2015

Pessoas que andam e enxergam sentiram na pele as dificuldades dos deficientes físicos e visuais

Foto das pessoas que toparam o desafio em usar cadeira de rodas e andar com os olhos vendados pelas ruas. Sentir na pele o que os deficientes físicos enfrentam, diariamente, ao sair pelas ruas. Essa oportunidade foi proporcionada às pessoas que passaram pela comercial da 115/116 Sul, na manhã de ontem. Quem quisesse participar recebia, além de uma cartilha informativa sobre os direitos das pessoas com deficiência, cadeiras de rodas, venda para os olhos e bengalas, tudo para sentir na prática os desafios de acessibilidade  nas ruas do Distrito Federal. A ação faz parte da campanha Acessibilidade e Cidadania criada pelo Instituto Konverto de Educação para a Cidadania,  em pareceria com a Coordenadoria de Pessoas com Deficiência da Secretaria de Direitos Humanos do DF (Semidh) e a Associação Comercial do Distrito Federal (ACDF). Segundo Melilo Dinis, diretor do Instituto Konverto, o objetivo do projeto é sensibilizar a sociedade e o governo em prol de uma melhor acessibilidade e mobilidade em todo o DF. “Só através da vivência é que começamos a pensar na situação do próximo. A deficiência  não está nas pessoas, mas nas estruturas urbanas e nas atitudes que não acolhem a todos. Falta estrutura urbana não só para deficientes, mas também para idosos, mães com carrinhos de bebê e pessoas que estejam, por exemplo, com uma perna engessada”, explica. De acordo com Fiamma Barbalho, diretora do Koverto, a meta do projeto é tornar o Distrito Federal um modelo em acessibilidade. “Tem que haver uma conscientização do problema. Não estamos impondo nada e nem cobrando, apenas chamando para vivenciar situações diárias na vida de uma pessoa com deficiência ou dificuldades de locomoção”, afirma. A ideia do grupo é promover uma ação com parlamentares, para que eles vivenciem a situação e elaborem mais leis voltadas para a acessibilidade. Dificuldades impressionam jovens O estudante Alexandre Ferreira, 19 anos, encarou o desafio e testou andar de cadeira de rodas. A sensação foi bem pior do ele imaginava. “Nossa, é muito difícil andar com uma cadeira de rodas. A rampa é mal feita, a acessibilidade é ruim. Além disso, a tração da cadeira faz com que ela empine se tentar acelerar e, por isso, é preciso ir devagar. Não pensei que fosse tão complicado”, relatou. Já Raphael Vinagre, 20, estudante, enfrentou o desafio de se locomover com uma venda nos olhos, guiado apenas com uma bengala e com a ajuda de um dos diretores do Instituto Konverto. “Realmente, quem não consegue enxergar enfrenta um leão por dia, porque é muito difícil se locomover só com essa bengala. A primeira dificuldade foi a falta de som no semáforo, então não sabia se estava aberto. Além disso, o sinal fecha muito rápido. Não consegui atravessar a faixa toda no tempo”, conta. O aposentado Geraldo Barbosa, de 90 anos, passou a andar de cadeira de rodas há seis meses e, nesse período, já se machucou por causa de buracos e desníveis nas calçadas. “Elas são precárias, desniveladas e cheias de buracos. Sem contar que sempre colocam contêineres e lixeiras próximos às rampas, o que dificulta a locomoção. Isso causa revolta e indignação”, relata. Fonte: por Jurana Lopes Especial para o Jornal de Brasília.

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