quarta-feira, 29 de abril de 2015

 De olho no ouro paralímpico, seleção de futebol de 7 tem Robinho e Di María

Com apelidos inspirados em ídolos dos gramados, jogadores do Brasil têm a missão de conduzir o país ao inédito lugar mais alto do pódio em 2016, nos Jogos do Rio Flávio Dilascio O Brasil conta com os talentos de Robinho e Di María para chegar à inédita medalha de ouro no Rio 2016. Engana-se quem acha que trata-se das estrelas de Santos e Manchester United. Os craques em questão são Wanderson Oliveira e Diego Delgado da seleção brasileira de futebol de 7, modalidade paralímpica para atletas com sequelas motoras decorrentes de paralisia cerebral. Por motivos diferentes, a dupla carrega apelidos capazes de chamar a atenção dos torcedores. Além da medalha paralímpica, o Brasil, de Robinho e Di María, busca o título do Mundial de Londres, em junho, e a conquista do Para-Pan de Toronto, em agosto. - Quando cheguei ao Vasco em 2013, logo meu primeiro treino no clube, um colega olhou para mim e me chamou de Di María por causa da semelhança física com o argentino. Acabou que pegou. Não me compararia a ele como jogador porque eu jogo mais atrás e só às vezes que vou à frente para ajudar a equipe - afirmou o carioca Diego, que é atleta do Vasco e é o mais novo da seleção com apenas 19 anos, fato que o mesmo trata como grande responsabilidade. - Como sou mais novo que a maioria dos meus colegas de seleção, estou buscando pegar experiência para passar isso para as futuras gerações. A maioria aqui vai parar em 2016, e eu acho que vou poder ajudar muito nesse processo de transição - completou o Di María do futebol de 7, que tem a internet como hobby predileto nas horas de folga. Se Diego ganhou o apelido do craque argentino pela aparência, Wanderson passou a ser chamado de Robinho pelo estilo de jogo. Dono da camisa 10 da seleção brasileira, o carioca de Campo Grande já foi eleito o melhor jogador do mundo duas vezes (2009 e 2013). Aos 27 anos, o veloz e habilidoso Wanderson atua pela Andef-RJ. - Entro nas competições pensando primeiro em ajudar os meus companheiros, virar melhor do mundo aconteceu naturalmente. Conheci o futebol de 7 em 2007 através de um amigo meu. Antes não sabia da existência da modalidade paralímpica. Tentei carreira no futebol convencional, mas não consegui, sempre parava no preconceito. Aqui eu me adaptei super bem, e as coisas aconteceram muito rápido, pois em quatro meses já estava na seleção - disse Wanderson, que tem o lado direito do corpo paralisado. Nesta terça-feira, a seleção brasileira enfrentou a equipe de futebol 7 (atletas sem deficiência) do Fluminense. Apesar do resultado adverso de 7 a 1 o jogo foi tratado pelos atletas paralímpicos como uma grande experiência profissional. - O jogo foi fundamental no nosso trabalho. Nosso objetivo era pegar uma equipe forte para não achar que vai encontrar moleza daqui para frente. É melhor perder agora para sabermos que ainda temos muito o que melhorar - comentou Diego, o Di Maria. Wanderson foi mais além, lembrando que os Jogos Paralímpicos do Rio são uma grande oportunidade para potencializar a modalidade até então pouco conhecida do grande público. - Acho que as Paralimpíadas vão ajudar muito a divulgar o futebol de 7. Paralelamente a isso, temos participado de eventos como esse amistoso contra o Fluminense. Acho que por tudo que tem sendo feito, a torcida vai lotar a arena de futebol de 7 para torcer para a gente em 2016 - finalizou Wanderson. SAIBA MAIS SOBRE O FUTEBOL DE 7 Presente nas Paralimpíadas desde 1984, o futebol de 7 é praticado por atletas do sexo masculino com paralisia cerebral, decorrente de sequelas de traumatismo crânio-encefálico ou acidentes vasculares cerebrais. O Brasil soma duas medalhas parlímpicas na modalidade, um bronze Sidney 2000 e uma prata em Atenas 2004. As regras são da Fifa, mas com algumas adaptações feitas pela Associação Internacional de Esporte e Recreação para Paralisados Cerebrais. O campo tem no máximo 75m x 55m, com balizas de 5m x 2m e a marca do pênalti fica a 9,20m do centro da linha de gol. A partida dura 60 minutos, divididos em dois tempos de 30, com um intervalo de 15 minutos. Não existe regra para impedimento, e a cobrança lateral pode ser feita com apenas uma das mãos, rolando a bola no chão. Cada equipe atua com sete jogadores (incluindo o goleiro) e cinco reservas. Os jogadores pertencem às classes menos afetadas pela paralisia cerebral e não usam cadeira de rodas. Os atletas são divididos em 4 classes: C5,C6,C7 e C8 – sendo C5 e C6 os com maior grau de comprometimento e C8 o de menor comprometimento. Cada time deve ter sempre um jogador que seja C5 ou C6 em campo. Se não houver jogador dessas classes quando da substituição durante o jogo, a equipe jogará com seis jogadores. Apenas um C8 de cada equipe pode permanecer em campo. No Brasil, a modalidade é administrada pela Associação Nacional de Desporto para Deficientes (Ande). fonte:globo esporte

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