terça-feira, 21 de abril de 2015

Brasil: Técnico de informática de Joinville desenvolve aptidões para driblar cegueira

criou um site com conteúdo produzido especialmente para os cegos Inclusão. Danilo Afonso Loques criou o Cegueta, site com conteúdo acessível deficientes visuais A tecnologia está incorporada no nosso dia a dia. Está no celular, no trabalho, em casa. Agora imagina ter que lidar com tanta tecnologia sem algum dos sentidos? Esse é o desafio diário do casal Danilo Afonso Loques, 29 anos, e Elisane Telles de Souza, 29, que são cegos. Cego desde os 21 anos, devido a um acidente de moto, Loques trabalha como técnico de informática na AcelorMittal Vega, em São Francisco do Sul, e é antenado em tecnologia, tanto que resolveu criar um site com conteúdo produzido para cegos. Nascido em Santos, litoral paulista, sua fixação pela tecnologia começou aos 10 anos, quando ganhou o primeiro computador. Aos 13, já trabalhava como office boy e começou a se aperfeiçoar: “Fiz curso de datilografia e de técnico em informática, emendando com web design e outros ligados à tecnologia da informação”. A prática veio trabalhando em loja de informática. Quando estava com 21 anos e trabalhava como assistente de comércio exterior, a vida mudou. “Sofri um sério acidente de moto, me quebrei todo, fiquei quase três meses em coma e o descolamento das retinas levou toda a visão.” Após dois sofridos anos de reabilitação, Danilo retornou à empresa de logística em que trabalhava, agora na área de tecnologia de informação. “Ali recomeçou minha vida, tendo como apoio a tecnologia. Passei a usar bastante o celular nas tarefas diárias e descobri os equipamentos audíveis que auxiliam os deficientes visuais.” Foi neste momento que percebeu a dificuldade de encontrar conteúdo produzido para cegos. “Ainda que deficientes visuais utilizem o computador normalmente, não há softwares específicos para nós.” Então surgiu a ideia de criar o site Cegueta ( www.cegueta.com.br), um site acessível aos deficientes visuais, oferecendo entretenimento, suporte on-line e dicas. A “Equipe Cegueta”, coordenada por Loques, disponibiliza programas e downloads acessíveis e fáceis de utilizar e um conteúdo variado, indo de piadas em áudio e texto a telemensagens e links úteis (não há imagens, apenas textos). “Hoje – garante o criador – o site é nacionalmente conhecido, e com acessos até de Portugal.” No vlog "Acessibilidade Já" é produzido conteúdo voltado ao tema. “No vlog os internautas podem enviar sugestões e gravar participações especiais”, completa, ressaltando que o principal desafio é a busca de patrocínio. “Também precisamos de um webmaster para expandir o serviço”, convoca. Romance começou pela internet Convivência. Técnico de informática com a mulher Elisane Telles de Souza e a filha Lívia, de 4 anos, que aprendeu a lidar com a cegueira dos pais Certo dia, navegando pela internet, Danilo Afonso Loques começou a se corresponder com Elisane Telles de Souza, 29 anos, paranaense de Rio Negro, cega devido ao glaucoma. Papo vai papo vem, a amizade virou namoro e depois casamento. Ele se casaram em 2009, em Santos, onde há quatro anos nasceu Lívia. “Ela também é uma parte da nossa visão”, derrete-se o pai. “Lívia aprendeu a conviver com os pais cegos”, garante a mãe, acrescentando que a pequena jamais aponta qualquer objeto para os pais. “Ela sempre traz as coisas pra nós.” Há dois anos a família decidiu se mudar para Joinville, onde moram os pais de Elisane. Aprovado em teste, o técnico em informática foi chamado pela ArcelorMittalVega, onde começou a trabalhar em agosto do ano passado, justamente onde mais queria: tecnologia da informação. Elisane trabalha na Ajidevi e no momento aguarda ser chamada pela Prefeitura, onde passou em concurso. Ambos fazem faculdade, ele de Desenvolvimento de Sistemas, ela de Pedagogia. Ainda que tenham se adaptado totalmente a Joinville, cidade que consideram “promissora”, o casal aponta as dificuldades nos quesitos acessibilidade e oportunidades de trabalho. “As empresas precisam seguir o exemplo de algumas poucas como a Vega e abrir mais portas para pessoas com deficiência”. Fonte: http://ndonline.com.br/joinville/perfil/246720-com-os-olhos-da-tecnologi...

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