terça-feira, 10 de março de 2015
Sem patrocínio, paratleta Rogério Lima faz rifa e analisa proposta de deixar RO globo esporte
Rogério Lima, paratleta de Porto Velho, está rifando uma panela de arroz elétrica e um tablet para arrecadar fundos e conseguir disputar o Brasileiro de
Paratrithlon, na PB
Da Redação
Acostumado a correr nas pistas em busca do pódio, o paratleta Rogério Lima também está correndo atrás de patrocínio. Há menos de um mês da primeira etapa
do Campeonato Brasileiro de Paratriathlon, que será realizado no dia 7 de março em João Pessoa (PB), o rondoniense faz campanha para arrecadar fundos e
comprar a passagem. Sem perspectiva de conseguir ajuda do governo e de olho nas Paralimpíadas de 2016, Rogério pensa em deixar de competir por Rondônia.
Tentando arrecadar fundos, o atleta vende rifas a R$ 10, para o sorteio de um tablet e uma panela de arroz elétrica, mas conta que está difícil conseguir
ajuda. Como deixou de trabalhar para seguir a carreira de atleta profissional, precisa de ajuda de amigos e tenta patrocínio para competir e se sustentar.
- Estou correndo contra o tempo, tenho os amigos que podem me ajudar e vendo rifas para tentar arrecadar o dinheiro das passagens. Se eu não conseguir,
fico de fora da competição e mais longe de conseguir uma vaga nas Paralimpíadas. Cada disputa vale pontos para o ranking, e se eu não for eu perco pontos,
pois já estou inscrito. Por isso estou fazendo a rifa, mas para mim é horrível ter que estar nessa posição, quase mendigando ajuda. Como posso incentivar
os jovens a praticar e ter uma vida decente no esporte se nem eu consigo ter? - questiona Rogério.
O representante rondoniense da categoria PT1 do paratriathlon precisa estar na capital paraibana no dia 27 de março, mas teme não conseguir chegar a tempo.
Depois de se preparar mais de um ano para a competição que pode garantir preciosos pontos no ranking, Rogério conta que a viagem de ônibus não é uma alternativa.
- Essa é a primeira competição do ano, e eu estou com medo de não conseguir participar. Não tive férias e estou treinando desde o ano passado. Tenho medo
de todo o meu esforço ter sido em vão. Ainda pensei em ir de ônibus, mas seria muito penoso para mim, como cadeirante, passar cinco dias na estrada, sem
contar que eu corria o risco de danificar meus equipamentos e até mesmo de não chegar a tempo, já que estão acontecendo manifestações nas estradas.
Apesar do esforço, Rogério Lima pode deixar Rondônia para competir por outro estado. Atualmente, ele analisa propostas e, até o meio do ano, deve decidir
onde vai se preparar para conquistar um dos três primeiros lugares no ranking nacional e disputar pelo Brasil no mundial de 2016.
- Só esse ano eu tenho 11 competições mundiais. Se não consigo apoio para participar das nacionais, imagina das internacionais. Estou pensando em sair
de Rondônia no meio do ano e ir para algum estado onde eu receba ajuda. Nasci e cresci aqui, não queria ter que deixar o estado que eu amo. Mas infelizmente
não tenho condições de viver aqui. Não tenho apoio nem ajuda, vivo do esporte e preciso sustentar minha família. Está difícil representar Rondônia. Atletas
de outras modalidades passam pela mesma coisa que eu, e com isso o estado só perde. Recebi uma proposta do Amazonas, e ainda não fui porque quis acreditar
que os governantes iam me ajudar. Mas as paralimpíadas já são no próximo ano e eu não posso mais esperar por uma ajuda que eu sei que não vai chegar.
Campanha para a handbike
Em 2014, Rogério fez uma campanha para conseguir comprar uma handbike. Sem conseguir arrecadar nem metade dos Rmil previstos para a aquisição da cadeira,
o paratleta, que deixou de participar de alguns campeonatos, comprou o objeto parcelado e uma de qualidade inferior.
- Finalmente consegui comprar a minha handbike. Não tinha mais como ficar sem, pois estava perdendo muitos campeonatos. Ela ainda está parcelada e é inferior
a que eu tinha planejado. É bem mais pesada que a dos meus adversários, mas já dá para competir e tentar uma boa posição - finaliza Rogério.
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