quarta-feira, 22 de maio de 2013

 Exoesqueleto para paraplégicos começa a ser testado em humanos em junho, diz Nicolelis

O projeto é que um paraplégico dê o pontapé inicial da Copa do Mundo de 2014. Marco Aurélio Canônico O ambicioso projeto do grupo de cientistas comandado pelo paulistano Miguel Nicolelis, 52, que pretende fazer um paraplégico dar o pontapé inicial da Copa do Mundo de 2014, no Brasil, usando um esqueleto biônico controlado por seus pensamentos, deve entrar em sua fase de testes clínicos com humanos no mês que vem. A revelação foi feita por Nicolelis durante palestra na manhã desta terça (21), no auditório da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), a agência pública brasileira que financia o projeto, chamado Andar de Novo e orçado em R$ 33 milhões. "Muitas pessoas acham que isso é impossível, mas as primeiras simulações do exoesqueleto já foram feitas e, para minha satisfação, ele funciona como planejado. O cronograma de testes já começou, há seis meses. Em humanos, começaremos agora no final de junho", disse Nicolelis, que está à frente do Instituto Internacional de Neurociências de Natal (IINN) e é professor da Universidade Duke (EUA). Segundo ele, até o momento já houve uma simulação feita com macacos usando um protótipo. "Nós conseguimos realizar padrões de marcha neste macaco usando simuladores e, daqui a alguns meses a gente espera que esse macaco ande com esse exoesqueleto tanto lá na Duke quanto no nosso laboratório aqui em Natal." Para os testes com humanos, os voluntários serão selecionados pela Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), em São Paulo, segundo Neiva Paraschiva, diretora-executiva da associação que gerencia o IINN; Paraschiva afirmou também que os primeiros testes em humanos "não serão invasivos", ou seja, ainda não haverá a conexão de eletrodos ao cérebro do paciente para que eles possam emitir os comandos que controlarão o exoesqueleto. A parceria da AACD com o grupo de Nicolelis, financiada pela Finep, vai ampliar o laboratório da associação em São Paulo, criando "o mais avançado laboratório de reabilitação neurorobótica do planeta", segundo Nicolelis. "Essa é a dimensão do sonho. Não estou falando de Harvard, da Duke, de Yale, estou falando da AACD, em colaboração com o instituto de neurociência de Natal e mais de cem cientistas do mundo inteiro, para realizar isso." O cientista afirmou também que o primeiro simulador de locomoção completo do mundo começará a ser testado na AACD "nas próximas semanas". "O paciente vai olhar para um avatar dele mesmo andando e vai treinar seu cérebro, usando a informação visual, para gerar os sinais de que nós precisamos pegar para controlar o exoesqueleto no futuro." Nicolelis se emocionou ao citar a meta de demonstrar o projeto durante a abertura da Copa. "Nossa ideia é inaugurar para o mundo a nova era da neurociência, a neuroengenharia. Se tudo der certo, e evidentemente existem vários desafios até lá, na cerimônia de abertura, um brasileiro ou uma brasileira, jovem adulto, de até 1,70 m de altura, com até 70 kg de peso, vai levantar de uma cadeira de rodas, realizar 25 passos da linha lateral até o centro do gramado e abrir a Copa do Mundo com um chute da ciência brasileira para toda a humanidade", disse o cientista, indo às lágrimas. "Essa é a ideia: demonstrar ao mundo que, no Brasil, se joga o melhor futebol do mundo, se faz a melhor música do mundo, mas também se faz ciência capaz de impressionar o mundo inteiro, paga pelos contribuintes brasileiros." fonte folha de sao paulo

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