domingo, 28 de abril de 2013
APOSENTADORIA DE CAES GUIA DEIXAM DEFICIENTES VISUAIS APAVORADOS!
Pessoas cegas que possuem cão-guia no Brasil estão enfrentando uma
situação que as deixa em pânico: o envelhecimento dos companheiros e a
consequente necessidade de aposentá-los. O problema é que, com isso,
terão de enfrentar longas filas de espera para ter um novo
"orientador".
Há no país cerca de 80 deficientes visuais com cães-guia. Quase todos
os bichos, segundo o Instituto Íris, de apoio aos deficientes visuais,
vieram de outros países, sobretudo dos Estados Unidos.
Apesar de haver tentativas nacionais de formação de animais, elas
esbarram na falta de boas linhagens e de treinamentos corretos.
Projeto do Sesi-SP criado no ano passado para entregar 32 cães-guias,
por exemplo, enfrentou problemas na formação. A perspectiva, agora, é
que apenas 11 cachorros estejam preparados para trabalhar, até o meio
deste ano.
Como grupos de cegos trouxeram seus cães de fora quase ao mesmo tempo,
com ajuda de instituições nacionais e internacionais, agora há o
problema do envelhecimento dos cães, que devem trabalhar por, no
máximo, oito anos.
SOFRIMENTO DUPLO
Alberto Pereira, 36, do Instituto Laramara, trouxe o labrador amarelo
Simon dos EUA há seis anos. O bicho está com nove anos e dá sinais de
cansaço. Aos poucos, está parando de trabalhar.
"Está sendo muito difícil para mim ter de levar o dia a dia sem a
ajuda do Simon, mas ele já está com problemas na visão, fica cansado
muito rápido. É um sofrimento para mim e para ele."
Os cães treinados conseguem desviar os cegos de obstáculos,
atravessá-los na rua com segurança, encontrar caminhos e dar-lhes mais
autonomia de ir e vir.
Misty, o "anjo de quatro patas" da professora Olga Solange Herval
Souza, 53, foi trazida de Nova York há nove anos. Está bem de saúde,
mas a dona está preocupada.
"Uso transporte público e enfrento a rua ao lado da Misty, que tem dez anos.
Fico sempre tensa e ansiosa porque não sei como ela irá acordar
amanhã", afirma.
O Instituto Íris arrecada fundos para levar pessoas aos EUA para que
consigam cães, mas o processo é demorado. A fila de espera tem 4.000
inscritos. O treinamento de um cão no exterior custa R$ 40 mil.
Fonte: UOL
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